CARTAS DOS LEITORES
Contrabando e tráfico
Sou moradora do bairro Prenda e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um bocado a maka do contrabando. Embora não se note muito nas zonas urbanas, a prática delituosa se observa com mais frequência nas zonas do interior do país. E falo sobretudo acerca do contrabando de madeira. Já muito se disse e se denunciou relativamente à exploração ilegal de madeira, uma realidade que já devia levar as entidades competentes a agir de forma mais consistente. Hoje, fico pasmada quando oiço através dos meios de comunicação social que, por exemplo, "quarenta camiões que transportavam ilegalmente madeira em toros foram arrestados pelos serviços provinciais do Instituto de Desenvolvimento Florestal, Direcção da Agricultura e Florestas e a Polícia Nacional do Moxico". Penso que se trata de uma situação que não só deve chamar a atenção das autoridades, mas fundamentalmente acarretar a tomada de medidas mais firmes. É importante a apreensão da madeira, é verdade, mas partindo do princípio de que provavelmente mais iniciativas semelhantes poderão ocorrer depois, seria recomendável a devida responsabilização e penalização. Deste modo seremos capazes de desencorajar esta actividade nociva, que como se sabe, lesa os cofres do Estado em elevadas somas.
Andebol feminino
Já dizia Adam Smith, em minha opinião, o fundador do capitalismo, que as nações devem fazer recurso às suas vantagens absolutas no decurso da caminhada que fazem para o seu bem-estar. Transferindo a visão economicista do teórico histórico do sistema de economia para o desporto e para Angola, devo dizer que nos resta fazer exactamente o mesmo para continuarmos a elevar o nome do país bem alto. Afinal, não temos muitas opções quando se trata da competição desportiva ao nível do continente e do mundo, onde as nossas equipas, clubes e selecção nacional, não passam de meros participantes cada vez mais. Assim e olhando para a prestação da equipa nacional de andebol feminino, de todas as categorias, resta-nos investir cada vez mais para que as nossas vantagens nesta modalidade sejam mantidas para bem do nosso país. Segundo sei, Angola é campeã africana em andebol feminino em todas as categorias, uma realidade que muito alegra qualquer cidadão nacional amante do desporto em particular. Com base nesta leitura, era bom que as nossas autoridades investissem mais, obviamente, ali onde as nossas apostas dão sempre certo. Trata-se do andebol feminino, sector onde reside as nossas vantagens absolutas.
O potencial das estradas
Muito se escreveu sobre o estado das nossas vias e acho que esta minha modesta carta não é a primeira, nem vai ser a última. Viajando pelo interior do país tive a percepção de que o nosso potencial está nas estradas. Em numerosas localidades a partir do Dondo descendo abaixo para regiões do Cuanza Sul até ao norte do Huambo, deu para ver que com as estradas chegamos longe. Conversei com muita gente que satisfatoriamente diziam que fazem menos tempo com o estado actual das estradas. Acho que os nossos agricultores e empreendedores devem aproveitar o presente estado das estradas para escoarem os seus produtos do interior para as cidades.