Maior epidemia de ébola em número de contágios
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
A epidemia de ébola, declarada a 1 de Agosto nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), já é a maior da história do país relativamente ao número de contágios, anunciou ontem o Governo.
“Este surto acaba de ultrapassar o da primeira epidemia registada na história da RDC em 1976 em Yambuku, na província do Equador. Até ao momento, houve 319 casos e 198 mortes”, afirmou o ministro da Saúde congolês, Oly Ilunga Kalenga, num comunicado divulgado pela agência de notícias espanhola Efe.
A epidemia, com 198 mortes, segundo dados divulgados no sábado pelo Ministério da Saúde congolês, já é a terceira mais mortal do país, perdendo apenas para o primeiro surto em 1976 e a terceira declarada em 1995 no Kikwit City, na qual 250 pessoas morreram.
“Nenhuma outra epidemia no mundo tem sido tão complexa como a que estamos a experimentar actualmente”, afirmou Ilunga Kalenga, recordando também a rejeição, as ameaças e as agressões habitualmente enfrentadas pelas equipas médicas e humanitárias que trabalham na região.
A forte rejeição gerada por uma grande parte da população em tratamento, devido ao desconhecimento e medo de uma doença mortal e crenças culturais, é agravada pela instabilidade que assola estas regiões do noroeste da RDC.
É a primeira vez que uma epidemia de ébola é declarada numa zona de conflito, onde existe uma centena de grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contacto com o vírus.
A insegurança complica e limita o trabalho dos profissionais de saúde que sofrem ataques ou mesmo sequestros realizados por grupos rebeldes que operam na região, como aconteceu com três agentes de protecção civil e um epidemiologista na cidade de Matembo.