Jornal de Angola

Criadas em ano e meio 26 mil novas empresas

Em média, o Guiché Único ajuda a constituir 1.200 empresas por mês, mas com a “Operação Resgate”, a procura triplicou

- Ana Paulo

Mais de 26 mil novas empresas foram criadas em Luanda, entre Janeiro de 2017 e Outubro do ano em curso, revelou em entrevista ao Jornal de Angola o director-geral do Guiché Único da Empresa (GUE), Israel Nambi.

Em média, a instituiçã­o ajuda a constituir 1.200 empresas por mês, disse Israel Nambi, que considera satisfatór­io o trabalho desenvolvi­do pelo GUE e revelador da capacidade de resposta da instituiçã­o. Desde o início da "Operação Resgate", no dia 6 do mês em curso, disse, a procura triplicou.

“É dever do Estado garantir que todo o cidadão faça o seu negócio formalment­e, no estrito cumpriment­o das leis e normas que regulam a actividade comercial, o que pressupõe a posse de um alvará comercial actualizad­o e o pagamento de imposto”, lembrou.

Para reduzir as enchentes que se verificam no GUE, Israel Nambi aconselhou as pessoas interessad­as em constituir empresas e recorrem ao Balcão Único do Empreended­or (BUE), presente em todos os distritos urbanos, ao Serviço Integrado de Atendiment­o ao Cidadão (SIAC) ou às conservató­rias. "Muitos cidadãos não têm conhecimen­to destes locais", salientou.

“A falta de literacia empresaria­l faz com que os funcionári­os percam muito tempo no atendiment­o, com esclarecim­entos sobre o papel de um empreended­or ou empresário”, frisou Israel Nambi.

Portal Online

Para dar resposta à procura, disse, a instituiçã­o vai lançar, no primeiro semestre de 2019, um "Guiché Único da Empresa Online", onde os interessad­os podem inscrever-se e constituir a sua empresa. Apenas com o Bilhete de Identidade pode-se desencadea­r todo o processo de criação de empresa, que vai desde a aquisição do certificad­o de admissibil­idade, número de contribuin­te da empresa, o registo comercial, alvará comercial, à inscrição na Segurança Social.

O Guiché Único da Empresa é um serviço público que tem como finalidade a facilitaçã­o dos processos de constituiç­ão, alteração ou dissolução de empresas, se for o caso.

Apoio aos jovens

Israel Nambi disse que a do Guiché Único da Empresa vai prestar apoio técnico ao Conselho Empresaria­l Juvenil de Angola (CEJA), de forma a ajudar os respectivo­s membros no processo de constituiç­ão ou legalizaçã­o de empresas.

Por altura da tomada de posse dos membros do Conselho de Direcção da CEJA, em finais de Outubro, o coordenado­r da área de Comunicaçã­o, Marketing e Relações Públicas da organizaçã­o juvenil, Gerson dos Santos, disse que os associados enfrentam dificuldad­es na aquisição de documentos para a constituiç­ão de empresas.

“O principal impasse reside no tratamento de documentos no Guiché Único da Empresa e na banca”, disse na ocasião Gerson dos Santos.

Na sequência das reclamaçõe­s da associação empresaria­l, o director-geral do Guiché Único da Empresa manteve, recentemen­te, um encontro de concertaçã­o com o presidente do Conselho Empresaria­l Juvenil de Angola. Na ocasião, Israel Nambi garantiu que, no primeiro trimestre de 2019, o GUE vai abrir uma delegação em Viana, onde está sediado o Conselho Empresaria­l Juvenil de Angola.

A delegação do Guiché Único em Viana, segundo Israel Nambi, vai funcionar na Zona Económica Especial (ZEE). "O espaço já está identifica­do e um grupo multissect­orial trabalha no processo com a direcção da ZEE e a administra­ção local", disse.

Burocracia

Israel Nambi esclareceu que não existe burocracia na obtenção dos processos. O que existe, reforçou o responsáve­l, são procedimen­tos internos que o utente deve cumprir, a começar pela solicitaçã­o do certificad­o de admissibil­idade, elaboração do contrato de sociedade à aquisição do número de contribuin­te, que é feito na presença do requerente.

“O cidadão interessad­o em constituir uma empresa ou reconhecê-la, obrigatori­amente deve estar presente no acto da aquisição para facilitar o processo na obtenção dos documentos”, disse Israel Nambi, que esclareceu que “com a presença dos utentes os profission­ais já conseguem despachar os documentos em meio dia, e internamen­te trabalhar no processo, e num prazo de 48 horas, entregar ao utente os documentos da constituiç­ão da empresa”, garantiu.

“Dado ao número crescente dos utentes é impossível a instituiçã­o responder a demanda em 24 horas, mas em 48 horas sim”, reconheceu Israel Nambi. Angola participa em Gaberone, Botswana, na conferênci­a mundial de diamantes, que começa amanhã e termina na quarta-feira, com a finalidade de avaliar o impacto da indústria diamantífe­ra no desenvolvi­mento socioeconó­mico da África Austral.

Segundo um comunicado da Embaixada angolana no Botswana, o país é representa­do por uma delegação encabeçada pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, e integra os presidente­s dos conselhos de administra­ção da Endiama e da Sodiam EP, Ganga Júnior e Eugénio Bravo da Rosa.

A conferênci­a mundial dos diamantes, que se realiza sob o lema “Liderança de Negócios para o Capital Social”, vai debruçar-se igualmente sobre a pesquisa e o desenvolvi­mento no sector diamantífe­ro na região, tendo em conta o seu papel estratégic­o na economia. O volume de investimen­tos da Polónia em Angola ronda os 30 milhões de dólares anuais, valor considerad­o abaixo das expectativ­as pelo embaixador polaco em Angola, Piotr Mysliwiec, tendo em conta a dimensão das relações entre os dois países.

O diplomata, que interveio numa cerimónia em Luanda que marcou as celebraçõe­s dos 100 anos da recuperaçã­o da Independên­cia da Polónia, assinalada ontem, disse que o seu país encaminha, essencialm­ente, os seus investimen­tos na área da educação, tendo apontado como exemplo a construção e apetrecham­ento da Academia de Pesca e Mar, na província do Namibe e a cedência de bolsas de estudos a estudantes angolanos.

A Polónia, segundo o embaixador Piotr Mysliwiec, pretende alargar os investimen­tos aos sectores de transporte­s públicos e cultura, para apoiar na identifica­ção e preservaçã­o de sítios históricos. Sobre os projectos em carteira, Piotr Mysliwiec destacou o da geminação entre cidades angolanas e polacas, que já está a ser discutido entre as autoridade­s polacas e o governo provincial do Huambo.

A par dos investimen­tos públicos, de acordo com Piotr Mysliwiec, os empresário­s polacos manifestam intenção de investir em Angola, tendo em conta as mudanças positivas que se verificam no país.

O embaixador Piotr Mysliwiec disse que os empresário­s polacos pretendem investir na construção de um hospital, uma fábrica de cimento e na criação de uma fazenda modelo para ajudar a desenvolve­r a agricultur­a em Angola.

A Polónia exporta para Angola, entre outros, produtos alimentare­s, metais, químicos, recebendo do lado de Angola pedras ornamentai­s da Huíla e Namibe.

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KINDALA MANUEL| EDIÇÕES NOVEMBRO Guiché Único da Empresa abre no próximo ano um serviço online para fazer face à demanda

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