Centenas de pessoas passaram o feriado nas praias da capital
O Quartel de Socorro a Náufragos, situado na Chicala, distribui nadadores-salvadores por toda a Ilha do Cabo. Alguns banhistas ainda ignoram os conselhos úteis do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, razão pela qual há afogamentos por negligência
Centenas de cidadãos decidiram passar ontem o feriado nas praias da Ilha do Cabo, em Luanda. Ao meio da manhã, o número de banhistas predizia que o ambiente ia estar agitado no período da tarde, se o tempo estivesse bom para o banho.
Desde o Jango Veleiro ao Ponto Final viam-se pessoas de várias idades, entre adultos e crianças, algumas integradas em grupos. Nas imediações do Porto de Luanda, estavam alguns jovens à espera de autocarros da TCUL e de viaturas de serviço de táxi com destino à Ilha do Cabo.
Alguns optaram por caminhar a pé, movimento observado em toda a Avenida "4 de Fevereiro". No Ponto Final, as lanchonetes abriram também muito cedo, como se os seus proprietários tivessem adivinhado o movimento frenético a partir das primeiras horas da manhã.
Uma barreira policial estava montada à entrada da Ilha do Cabo, onde agentes reguladores de trânsito e da Ordem Pública exerciam, como de costume, o seu trabalho de prevenção rodoviária.
No Ponto Final, agentes da Brigada Bicicleta estavam também em actividade, auxiliando outras forças na manutenção da ordem e tranquilidade públicas.
Presentes estavam também bombeiros nadadoressalvadores pertencentes ao Quartel de Socorro a Náufragos, localizado na Ilha do Cabo, para intervir nos eventuais casos de afogamento.
O comandante do quartel, superintendente-chefe Manuel Lukembo, disse que os afogamentos são registados às vezes por ignorância das vítimas aos conselhos dados pelos bombeiros nadadores-salvadores.
“Por exemplo, se a maré estiver alta e os efectivos chamarem a atenção para não entrarem na água, os banhistas respondem mal e alguns dizem mesmo que a praia não é nossa”, lamentou Manuel Lukembo.
Quando a chamada de atenção é redobrada, acrescentou, há banhistas que saem da zona de observação dos bombeiros para ir a um outro lugar, onde alguns, por não serem controlados, acabam mesmo por se afogar. As praias de Luanda são protegidas de domingo a sábado, mas nestes dois dias a atenção dos bombeiros é redobrada por serem os dias mais agitados.
A Ilha do Cabo tem três postos de socorro a náufragos, sendo um no Jango Veleiro, um junto à Marinha de Guerra e um no Ponto Comandante Manuel Lukembo Final. Fora da Ilha do Cabo há um posto na península do Mussulo e um no município de Cacuaco.
Os efectivos trabalham em sistema de turno. Ontem, funcionaram 12 nadadoressalvadores, cinco dos quais destacados no Jango Veleiro, igual número no Ponto Final e dois no posto junto à Marinha de Guerra.
O comandante do Quartel de Socorro a Náufragos reconheceu que o número de efectivos ainda não é o desejável, daí estar agendada, para o próximo ano, a formação de mais efectivos para reforçarem os postos.
O Quartel de Socorro a Náufragos, localizado na Chicala, tem 14 mergulhadores e 32 nadadores-salvadores. Manuel Lukembo assegurou que os bombeiros têm experiência em socorrer e reanimar vítimas de afogamento. As vítimas são depois transportadas ou para a Clínica Sagrada Esperança ou para o Hospital Josina Machel.
"Muitos cidadãos consomem de forma exagerada bebidas alcoólicas e, depois, entram na água", lamentou o comandante, alertando que, depois de comer e beber, os cidadãos devem aguardar pelo menos duas horas para só depois entrarem na água. Na semana passada, as praias da Ilha do Cabo não registaram nenhum caso de afogamento.
O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros executa, há mais de três anos, em todo o país, um programa de prevenção denominado “Praia Segura”. De carácter educativo, o programa distribui material informativo, sobretudo, à população-alvo, que são as crianças,as principais vítimas de afogamento em praias marítimas e fluviais.
No Ponto Final, agentes da Brigada Bicicleta estavam também em actividade, auxiliando outras forças na manutenção da ordem e tranquilidade públicas