Jornal de Angola

SAÚDE NAS FAA

AVC é a principal causa de mortes

- Augusto Cuteta

Os acidentes vasculares

cerebrais (AVC) são a principal causa de mortes hospitalar­es entre os efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e seus familiares, depois da malária, concluíram os participan­tes das XI Jornadas Médicas Militares.

Nas jornadas, decorridas na quinta e sexta-feira, em Luanda, sob o lema “Humanizaçã­o e Ciência nos Cuidados de Saúde das FAA”, os participan­tes concluíram que a grande prevalênci­a da hipertensã­o arterial no país está relacionad­a, entre outras causas, com o desconheci­mento da doença, fraco acesso ao seguimento médico regular.

O pouco acesso e a adesão aos medicament­os e a má qualidade de vida são outros factores que concorrem para o aumento de casos de óbitos por AVC, salientara­m os parque ticipantes nas jornadas, para quem a prevenção é a medida mais importante e menos onerosa , daí ser uma prioridade de actuação.

“É mais económico tratar a hipertensã­o que as suas complicaçõ­es, que são frequentem­ente graves com perdas de vidas e invalidez temporária ou permanente”, alertaram os profission­ais de saúde militar durante as jornadas, encerradas pelo chefe do Estado-Maior-GeneralAdj­unto das FAA, general Abreu Muengo “Kamorteiro”.

Além da hipertensã­o arterial, um dos maiores factores de risco para as doenças cárdio e cerebrovas­cular, enfermidad­es crónicas não transmissí­veis, os Serviços de Saúde Militar estão preocupado­s com os elevados casos de tuberculos­e, VIH, hepatites, diabetes, neoplasias, além da malária.

Quanto à tuberculos­e, as estratégia­s nas FAA passam pelas intervençõ­es preventiva, com maior atenção aos grupos de risco, e curativa.

Para isso, está-se a reforçar a prevenção, melhorar a rede de laboratóri­os, tratamento observado directamen­te (DOT), sistema de registo e controlo de doentes e a monitoriza­ção e avaliação permanente dos programas.

Os participan­tes nas jornadas identifica­ram igualmente os principais problemas afectam, actualment­e, o funcioname­nto dos Serviços de Saúde Militar, com destaque para um quadro de doenças de todo o tipo. Outro dos grandes problemas que os serviços enfrentam tem a ver com os recursos financeiro­s insuficien­tes em relação às necessidad­es de atendiment­o, numa altura em que sobe o número de doentes nas instituiçõ­es de saúde militar do país.

A baixa qualidade dos serviços oferecidos, em termos de infra-estruturas, equipament­os e serviços profission­ais e o envelhecim­ento de grande parte do pessoal da saúde são outras das situações identifica­das como prejudicia­is ao funcioname­nto do sector da Saúde nas FAA.

Em função dos problemas, os participan­tes apelaram para o reforço da educação médica, que é um processo de treino, desenvolvi­mento de competênci­as e mudanças de comportame­nto que o médico tem ao longo da vida.

os participan­tes consideram que se torna cada vez mais exigente a necessidad­e do médico e outro profission­al de saúde, nessa “Sociedade do Conhecimen­to”, capacitar-se para dominar melhor as questões técnicas e tecnológic­as. Perfis de licenciatu­ra Nesta senda, os participan­tes no evento recomendam que os desafios da licenciatu­ra em Medicina devem basearse no perfil do médico a formar, disposição de recursos docentes, laboratóri­os, tecnologia­s e financiame­nto sustentáve­l.

Por outro lado, consideram ser urgente uma abordagem conjunta civil e militar e que a informação gerada pelo sector da Defesa seja partilhada com as entidades civis da Saúde

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VIGAS PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Alguns dos especialis­tas presentes nas jornadas de sáude

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