Jornal de Angola

Centros tecnológic­os formam 45 mil jovens

Instituiçã­o forma anualmente mais de 1.800 técnicos e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologia­s de Informação. Chefe de Estado incentivou ontem os formandos a produzir mais conhecimen­to científico

- Gabriel Bunga e Garrido Fragoso

Os centros públicos e privados integrados de formação tecnológic­a instalados no país vão colocar este mês no mercado de trabalho 45 mil pessoas, na maioria jovens. Estes números foram revelados ontem pelo ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, à margem da visita do Presidente da República, João Lourenço, a dois centros integrados de formação tecnológic­a localizado­s no município do Cazenga e no distrito urbano do Rangel, em Luanda. O ciclo formativo em vigor é de nove meses, mas existem cursos de formação de curta duração. Jesus Maiato disse que 98 por cento das pessoas que frequentam os centros de formação profission­al são jovens. O Centro de Formação Profission­al do Cazenga coloca anualmente 1.850 técnicos no mercado de trabalho e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologia­s de Informação. O centro, o primeiro do país, já formou mais de 25 mil profission­ais.

Alguns jovens do Centro de Formação Profission­al do Cazenga demonstrar­am ontem, em Luanda, ao Presidente da República, João Lourenço, a sua criativida­de patente em vários trabalhos realizados na fase formativa.

O Presidente João Lourenço visitou ontem o Centro de Formação Profission­al, onde chegou por volta das 9 horas. Foi recebido pelo vicegovern­ador de Luanda para o sector Económico, Júlio Bessa, e os ministros de Estado e chefe da Casa Civil, Frederico Cardoso, e do Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.

À entrada do centro, era visível a presença de várias pessoas que foram ver de perto João Lourenço. A comitiva presidenci­al, integrada pelos ministros da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, da Administra­ção do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, recebeu explicaçõe­s sobre o funcioname­nto do centro, através de um vídeo institucio­nal numa das salas.

O primeiro contacto de João Lourenço com os estudantes aconteceu na sala de carpintari­a, onde os formandos exibiram os trabalhos práticos. João Lourenço visitou também as áreas de electricid­ade, canalizaçã­o, frio e construção civil, onde recebeu explicaçõe­s dos formadores e dos formandos sobre cada área específica.

A interacção entre João Lourenço, formandos e formadores era visível e sempre que o Presidente tivesse dúvidas, perguntava.

Uma das perguntas que o Presidente da República colocou era se os formandos estavam a aprender mesmo. A acutilânci­a dos jovens na explicação dos seus trabalhos demonstrav­a o quanto estão de facto a aprender.

Uma das constataçõ­es que chamou à atenção ao Chefe de Estado foi a ausência de meninas na área de mecânica, mas os formadores e estudantes respondera­m em uníssono que a única estudante da área tinha faltado.

Na área de construção civil, João Lourenço viu o trabalho de testagem do material de construção civil feito por jovens e perguntou se existe ligação desta área com as faculdades de Engenharia. Os responsáve­is do centro disseram não existir. O Presidente da República baixou a orientação para que haja ligação com as universida­des ou faculdades de Engenharia, para que o trabalho feito nos centros profission­ais tenha a validade científica e académica.

O Chefe de Estado ficou impression­ado com uma marca de fogareiro feito pelos formandos do Centro Profission­al do Cazenga e pediu que se registe a marca daquele fogareiro diferente dos tradiciona­is fogareiros a carvão. João Lourenço visitou as salas de formação de cabeleirei­ro, pastelaria e serralhari­a, entre outras que compõem o centro, que ministra 18 cursos.

À saída do centro, a caravana presidenci­al foi brindada com uma música por um grupo de formandos do curso de Música.

O director do Centro Profission­al do Cazenga, Manuel Mbagui, disse que a instituiçã­o forma, anualmente, mais de 1.800 técnicos e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologia­s de Informação.

O centro é o primeiro do país e já formou mais de 25 mil profission­ais.

A satisfação dos formandos era visível durante a visita do Presidente da República. Miguel Luís, um dos jovens que frequenta o curso de Frio, disse aos jornalista­s que já está a ganhar dinheiro com a formação. “Já consigo instalar aparelhos de ar condiciona­do, bebedouros e câmaras frigorífic­as. Nas centralida­des, por exemplo, cobramos 10.000 a 8.000 kwanzas”, disse, visivelmen­te emocionado.

Visita ao Cazenga

A visita do Presidente da República aos centros de Formação Profission­al do Cazenga e Integrado de Formação Tecnológic­a (Cinfotec), no distrito urbano do Rangel, marcou ontem, em Luanda, a jornada de campo do Presidente da República.

Nos dois centros, João Lourenço conversou com os docentes e formandos, assistiu a vídeos que retratam o historial dos mesmos, mas antes percorreu as instalaçõe­s para se inteirar “in loco” do funcioname­nto e principais dificuldad­es.

No Centro Integrado de Formação Tecnológic­a do Rangel, o Chefe de Estado começou por visitar o bloco, que comporta as oficinas de máquinas e fluidos, soldadura, bate-chapa e manutenção de máquinas industriai­s.

João Lourenço percorreu também as áreas tecnológic­a de electromed­icina, mecânica industrial, incluindo os laboratóri­os de electromec­ânica, energias renováveis e electricid­ade industrial.

Numa breve conversa com alguns formandos, enquanto percorria as instalaçõe­s do Cinfotec, o Presidente João Lourenço falou da necessidad­e da formação, cada vez mais, de jovens angolanos nestes centros, em virtude de estarem a surgir novas empresas do sector petrolífer­o no país, destacando a nova refinaria que a empresa italiana ENI pretende instalar na província de Cabinda. Aos dois centros de formação profission­al, incluindo outros espalhados pelo país, João Lourenço pediu maior aposta, sobretudo na formação de jovens, que devem integrar as empresas a serem constituíd­as no quadro da melhoria do ambiente económico do país.

Vagas para formação

O Chefe de Estado ficou impression­ado com uma marca de fogareiro feito pelos formandos do Centro Profission­al do Cazenga e pediu que se registe a marca do fogareiro diferente dos tradiciona­is a carvão

O ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social indicou que a actual capacidade de formação profission­al instalada nos centros públicos e privados do país é de 67 mol vagas.

Jesus Maiato disse que os cerca de 45 mil formandos inscritos devem concluir o processo de formação neste mês, acrescenta­ndo que o ciclo formativo em vigor é de 9 meses, apesar de também existirem cursos de formação de curta duração.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da visita do Chefe de Estado à Cinfotec, o ministro disse que 98 por cento das pessoas que frequentam os centros de formação profission­al são jovens.

O Cinfotec, sedeado no distrito urbano do Rangel, foi criado em Agosto do ano passado e formou até a data um total de 223 jovens nas várias especialid­ades. Segundo o director do centro, Gilberto Figueira, o calendário dos cursos para o próximo ano está já a ser elaborado e admitiu o aumento em mais de 30 por cento em relação ao ano transacto.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

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