Centros tecnológicos formam 45 mil jovens
Instituição forma anualmente mais de 1.800 técnicos e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologias de Informação. Chefe de Estado incentivou ontem os formandos a produzir mais conhecimento científico
Os centros públicos e privados integrados de formação tecnológica instalados no país vão colocar este mês no mercado de trabalho 45 mil pessoas, na maioria jovens. Estes números foram revelados ontem pelo ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, à margem da visita do Presidente da República, João Lourenço, a dois centros integrados de formação tecnológica localizados no município do Cazenga e no distrito urbano do Rangel, em Luanda. O ciclo formativo em vigor é de nove meses, mas existem cursos de formação de curta duração. Jesus Maiato disse que 98 por cento das pessoas que frequentam os centros de formação profissional são jovens. O Centro de Formação Profissional do Cazenga coloca anualmente 1.850 técnicos no mercado de trabalho e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologias de Informação. O centro, o primeiro do país, já formou mais de 25 mil profissionais.
Alguns jovens do Centro de Formação Profissional do Cazenga demonstraram ontem, em Luanda, ao Presidente da República, João Lourenço, a sua criatividade patente em vários trabalhos realizados na fase formativa.
O Presidente João Lourenço visitou ontem o Centro de Formação Profissional, onde chegou por volta das 9 horas. Foi recebido pelo vicegovernador de Luanda para o sector Económico, Júlio Bessa, e os ministros de Estado e chefe da Casa Civil, Frederico Cardoso, e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.
À entrada do centro, era visível a presença de várias pessoas que foram ver de perto João Lourenço. A comitiva presidencial, integrada pelos ministros da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, da Administração do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, da Economia e Planeamento, Pedro Luís da Fonseca, do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, recebeu explicações sobre o funcionamento do centro, através de um vídeo institucional numa das salas.
O primeiro contacto de João Lourenço com os estudantes aconteceu na sala de carpintaria, onde os formandos exibiram os trabalhos práticos. João Lourenço visitou também as áreas de electricidade, canalização, frio e construção civil, onde recebeu explicações dos formadores e dos formandos sobre cada área específica.
A interacção entre João Lourenço, formandos e formadores era visível e sempre que o Presidente tivesse dúvidas, perguntava.
Uma das perguntas que o Presidente da República colocou era se os formandos estavam a aprender mesmo. A acutilância dos jovens na explicação dos seus trabalhos demonstrava o quanto estão de facto a aprender.
Uma das constatações que chamou à atenção ao Chefe de Estado foi a ausência de meninas na área de mecânica, mas os formadores e estudantes responderam em uníssono que a única estudante da área tinha faltado.
Na área de construção civil, João Lourenço viu o trabalho de testagem do material de construção civil feito por jovens e perguntou se existe ligação desta área com as faculdades de Engenharia. Os responsáveis do centro disseram não existir. O Presidente da República baixou a orientação para que haja ligação com as universidades ou faculdades de Engenharia, para que o trabalho feito nos centros profissionais tenha a validade científica e académica.
O Chefe de Estado ficou impressionado com uma marca de fogareiro feito pelos formandos do Centro Profissional do Cazenga e pediu que se registe a marca daquele fogareiro diferente dos tradicionais fogareiros a carvão. João Lourenço visitou as salas de formação de cabeleireiro, pastelaria e serralharia, entre outras que compõem o centro, que ministra 18 cursos.
À saída do centro, a caravana presidencial foi brindada com uma música por um grupo de formandos do curso de Música.
O director do Centro Profissional do Cazenga, Manuel Mbagui, disse que a instituição forma, anualmente, mais de 1.800 técnicos e os cursos mais procurados são os de Construção Civil, Línguas e Tecnologias de Informação.
O centro é o primeiro do país e já formou mais de 25 mil profissionais.
A satisfação dos formandos era visível durante a visita do Presidente da República. Miguel Luís, um dos jovens que frequenta o curso de Frio, disse aos jornalistas que já está a ganhar dinheiro com a formação. “Já consigo instalar aparelhos de ar condicionado, bebedouros e câmaras frigoríficas. Nas centralidades, por exemplo, cobramos 10.000 a 8.000 kwanzas”, disse, visivelmente emocionado.
Visita ao Cazenga
A visita do Presidente da República aos centros de Formação Profissional do Cazenga e Integrado de Formação Tecnológica (Cinfotec), no distrito urbano do Rangel, marcou ontem, em Luanda, a jornada de campo do Presidente da República.
Nos dois centros, João Lourenço conversou com os docentes e formandos, assistiu a vídeos que retratam o historial dos mesmos, mas antes percorreu as instalações para se inteirar “in loco” do funcionamento e principais dificuldades.
No Centro Integrado de Formação Tecnológica do Rangel, o Chefe de Estado começou por visitar o bloco, que comporta as oficinas de máquinas e fluidos, soldadura, bate-chapa e manutenção de máquinas industriais.
João Lourenço percorreu também as áreas tecnológica de electromedicina, mecânica industrial, incluindo os laboratórios de electromecânica, energias renováveis e electricidade industrial.
Numa breve conversa com alguns formandos, enquanto percorria as instalações do Cinfotec, o Presidente João Lourenço falou da necessidade da formação, cada vez mais, de jovens angolanos nestes centros, em virtude de estarem a surgir novas empresas do sector petrolífero no país, destacando a nova refinaria que a empresa italiana ENI pretende instalar na província de Cabinda. Aos dois centros de formação profissional, incluindo outros espalhados pelo país, João Lourenço pediu maior aposta, sobretudo na formação de jovens, que devem integrar as empresas a serem constituídas no quadro da melhoria do ambiente económico do país.
Vagas para formação
O Chefe de Estado ficou impressionado com uma marca de fogareiro feito pelos formandos do Centro Profissional do Cazenga e pediu que se registe a marca do fogareiro diferente dos tradicionais a carvão
O ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social indicou que a actual capacidade de formação profissional instalada nos centros públicos e privados do país é de 67 mol vagas.
Jesus Maiato disse que os cerca de 45 mil formandos inscritos devem concluir o processo de formação neste mês, acrescentando que o ciclo formativo em vigor é de 9 meses, apesar de também existirem cursos de formação de curta duração.
Em declarações à imprensa, no final da visita do Chefe de Estado à Cinfotec, o ministro disse que 98 por cento das pessoas que frequentam os centros de formação profissional são jovens.
O Cinfotec, sedeado no distrito urbano do Rangel, foi criado em Agosto do ano passado e formou até a data um total de 223 jovens nas várias especialidades. Segundo o director do centro, Gilberto Figueira, o calendário dos cursos para o próximo ano está já a ser elaborado e admitiu o aumento em mais de 30 por cento em relação ao ano transacto.