A independência e os governantes
Comemorámos no passado dia 11 de Novembro 43 anos de independência, conseguida com o sacrifício de angolanos de todas as regiões do nosso vasto país. O fim do colonialismo em Angola resultou do esforço de todos os angolanos que se entregaram à luta pela independência de Angola .
Angola é hoje um país livre e independente, graças aos sacrifícios consentidos por compatriotas nossos que, de forma voluntária e desinteressada, participaram na luta armada e clandestina para libertar o povo angolano do colonialismo, para se criar um país justo, sem pobreza e sem discriminações de qualquer natureza.
Trata-se de compatriotas que lutaram por uma Angola sem injustiças e que acreditaram que, derrotado o colonialismo, o povo angolano haveria de ser feliz. Esses nossos compatriotas, alguns dos quais foram altos dirigentes do país, morreram sem poderem ver realizado um dos seus maiores sonhos: ver os angolanos a viver com dignidade.
As comemorações dos aniversários da nossa Independência devem também servir para reflectirmos sobre questões relacionadas com o percurso que se fez desde a proclamação da independência, para se saber o que afinal foi realizado em prol do povo. E 43 anos de independência não é pouco tempo. As pessoas avaliam os governos por aquilo que fazem em prol do seu bem-estar. Daqui a sete anos vamos comemorar cinquenta anos de independência. Meio século! Importa que os governantes do país coloquem questões como estas: o que fizemos pelo povo em termos de condições sociais, ao longo dos 43 anos de independência? Podemos fazer melhor do que fizemos até aqui? Como podemos encontrar o rumo certo para se acabar com a pobreza extrema? O que nós, governantes, fizemos para que tivéssemos ao longo destes 43 anos de independência boas escolas públicas e bons hospitais?
Há muitos problemas por resolver. Mas é possível resolvê-los, se houver dinâmicas capazes de superar problemas do passado que impediam a concretização de políticas públicas destinadas a melhorar as condições de vida das populações. Os problemas são conhecidos e os erros cometidos no passado já foram avaliados, ao ponto de se poder partir para novas práticas, com vista a termos um país em que as instituições funcionem. Todos nós, angolanos, queremos que haja instituições do Estado funcionais e que se esteja a promover a justiça social. Para tanto é necessário que se aposte no capital humano. São as pessoas que vão mudar muita coisa que anda mal no país. É importante que se aposte nos angolanos patriotas, honestos e competentes, para os grandes desafios que temos pela frente.