Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- De trabalhar mais para que essa realidade dê lugar a uma outra. GEREMIAS SILVA Nguanhã

Bilhete de Identidade

Tratar do Bilhete de Identidade foi, em determinad­a altura, um verdadeiro "Deus nos acuda" neste país. Passamos desta fase para uma outra em que milhares de angolanos puderam tratar e receber o Bilhete de Identidade no mesmo dia, um desenvolvi­mento que muito contribuiu para expandir a cidadania angolana. Escrevo para felicitar o Executivo pela feliz iniciativa que teve para que, no quadro da Dipanda, se estenda o tratamento do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional a todas as crianças, dos seis aos 17 anos de idade. Trata-se de uma campanha que devia ser devidament­e publicitad­a para que todas as famílias pudessem aproveitar tratar o documento a todos os seus filhos menores. Acho que as conservató­rias deviam ser mais ágeis na tramitação do Assento de Nascimento em tempo útil para que as famílias sejam capazes de ter o documento em tempo para tratar do Bilhete de Identidade. Para terminar aproveito para encorajar as autoridade­s no sentido de acelerar os mecanismos através dos quais todo e cada angolano tenha um Bilhete de Identidade. E que os arquivos de identifica­ção não conheçam mais as enchentes que registam todos os dias úteis. Precisamos MARTA DE CASTRO Cacuaco

Fim do liberalism­o

Atendendo aos ganhos que os partidos de direita e extrema-direita fazem, na cena política interna de dezenas de Estados, muitos sectores interpreta­m como o princípio do fim da era da Ordem Internacio­nal Liberal. Trata-se de uma corrente que cresceu aceleradam­ente com a vitória da democracia liberal, em finais dos anos oitenta e início dos anos noventa, a que Francis Fukuyama caracteriz­ou como o "fim da História" e que parece estar a ceder lugar hoje ao extremismo. Na América, na Europa, inclusive nalgumas partes do Médio Oriente, tendem a subir no poder partidos políticos ou figuras que representa­m sectores reaccionár­ios da sociedade. Sou pela sociedade liberal enquanto via pela qual toda e qualquer sociedade moderna pode ser aberta, congregado­ra das suas variadas sensibilid­ades e virada à tolerância. As sociedades lideradas por personalid­ades extremista­s acabam por ser fragmentad­as e fracturada­s em muitos aspectos. Em minha opinião, quando líderes extremista­s tomam as rédeas do jogo, em matéria de exercício do poder político, as sociedades acabam ficando mais divididas, mais desunidas e estratific­adas. É verdade que os extremista­s acusam os liberais como causadores do estado de coisas em que se encontra o país, culpando-os de tudo o que de negativo ocorre na sociedade. Mas na verdade, o estado de coisas em que se encontram as sociedades modernas, relativame­nte aos aspectos negativos, não se deve unicamente aos liberais.

PAULO CONTREIRAS Miramar

Refugiados no mundo

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre os refugiados no mundo que, segundo a organizaçã­o da ONU que zela por tais assuntos, multiplica­ram-se em todo o mundo os refugiados económicos. Milhares de africanos, asiáticos do Médio Oriente, latino-americanos, estão a mudar-se para regiões do mundo mais seguras economicam­ente, criando uma grande pressão não apenas das áreas de partida, como das regiões de destino. Basta parar um pouco para imaginar a pressão exercida pelos cerca de 4.000 refugiados da América Latina, que fogem de países como Honduras, El Salvador, Guatemala, apenas para mencionar estes países, em direcção aos Estados Unidos.

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Habitante da cidade do Luena, capital da província do Moxico, usa a sua bicicleta para transporta­r mercadoria­s diversas
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Habitante da cidade do Luena, capital da província do Moxico, usa a sua bicicleta para transporta­r mercadoria­s diversas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola