Jornal de Angola

Coreia do Norte retira minas na fronteira

Medida reforça acordo militar entre Pyongyang e Seul após início do desmantela­mento dos postos de controlo

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A Coreia do Norte retirou 636 minas antipessoa­is na fronteira com a Coreia do Sul, no âmbito de uma operação acordada entre Seul e Pyongyang em Setembro, anunciou ontem o ministro da Defesa sul-coreano, Jeong Kyeong-doo.

A operação decorreu na aldeia fronteiriç­a de Panmunjom, na Zona de Segurança Conjunta (JSA), no âmbito de um acordo militar que ambos os países assinaram na última reunião entre Seul e Pyongyang.

“Não se encontram minas terrestres na nossa região e a Coreia do Norte informou-nos que mais de 600 foram eliminadas”, disse o ministro da defesa sul-coreano numa sessão da Assembleia Nacional, registada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O ministro especifico­u que o número exacto de minas retiradas eleva-se a 636, anunciando ainda que os dois países concluíram, no passado domingo, a retirada de 11 postos de fronteira.

A Coreia do Sul dispunha de 60 postos na Zona Desmilitar­izada (DMZ) e alguns postos militares remotos, enquanto a Coreia do Norte tinha mais de 160 desses postos, segundo dados divulgados pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul.

Seul disponibil­izou 10.100 milhões de "wones" (cerca de oito milhões de euros) do orçamento nacional do ano que vem para a implementa­ção do acordo.

O ministro também referiu que os Estados Unidos têm oferecido um “apoio activo” ao pacto entre as duas Coreias.

“Posso dizer com confiança que não há nenhuma ruptura entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos”, afirmou o governante, que se reuniu em Outubro com o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, no Pentágono.

O exército sul-coreano já começou a mobilizar escavadora­s para destruir dez dos seus 11 postos, mantendo apenas um, estabeleci­do na costa leste do país pouco depois do cessar-fogo da Guerra da Coreia em 1953.A Coreia do Norte também vai conservar um dos seus postos.

“A demolição irreversív­el dos postos de fronteira é a medida mais tangível e simbólica para prevenir altercaçõe­s entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte e gerar confiança”, declarou o general sulcoreano Kim Yong-woo durante a inspecção à destruição de um dos postos.

Kim Yong-woo, chefe do Exército de Seul, acrescento­u que as suas tropas vão encontrar formas de preencher lacunas na sua postura de defesa a partir da retirada dos postos de fronteira.

Tangerinas e cogumelos ajudam a reconcilia­ção

A Coreia do Sul enviou ao Norte 200 toneladas de tangerinas, depois de Pyongyang presentear o país vizinho com cogumelos, no mais recente gesto de conciliaçã­o entre os dois países, anunciou ontem o Governo sul-coreano.

As tangerinas, uma raridade na Coreia do Norte, foram levadas a Pyongyang a partir da ilha meridional de Jeju, onde são produzidas, a bordo de quatro voos.

As frutas foram entregues como resposta ao envio ao Sul de mais de duas toneladas de cogumelos por parte do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à margem de um encontro com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em Setembro, informou a Presidênci­a da Coreia do Sul.

Os cogumelos - elemento chave das exportaçõe­s norte-coreanas — foram enviados às famílias sul-coreanas separadas de parentes que vivem no Norte.

Seul deseja uma aproximaçã­o de Pyongyang, que possui armamento nuclear. O Governo dos Estados Unidos, aliado da Coreia do Sul, quer manter a pressão sobre a Coreia do Norte enquanto a desnuclear­ização não for concretiza­da.

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DR Militares dão exemplo nos esforços de reconcilia­ção e promoção da paz

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