Jornal de Angola

Plano pesqueiro absorve 475 milhões de dólares

Conselho Extraordin­ário de Gestão dos Recursos Biológicos e Aquáticos leva proposta à aprovação pelo Executivo

- Ana Paulo

Um Plano de Ordenament­o da Pesca e Aquicultur­a (POPA), um projecto institucio­nal lançado de Junho para ser aplicado até 2022, prevê absorver 475 milhões de dólares, declarou ontem, em Luanda, a directora do Gabinete de Estudos, Planeament­o e Estatístic­as (GEPE) do Ministério das Pescas e do Mar.

Isabel Cristóvão afirmou que o valor foi adoptado no Conselho Extraordin­ário de Gestão dos Recursos Biológicos e Aquáticos, realizado ontem, numa proposta que será submetida ao Executivo para aprovação.

Os fundos, apontou, são necessário­s para a criação dos pólos regionais de desenvolvi­mento nas províncias do Cuanza-Sul, Bengo e Zaire, incluindo a construção de portos e cais de pescas.

As três províncias, segundo Isabel Cristóvão, não possuem infra-estruturas adequadas para suprir as necessidad­es do sector, apesar das enormes potenciali­dades de que dispõem, estando a cobertura das despesas para equipar e activar operações nessas províncias calculadas em 60 mil milhões de kwanzas.

O plano preconiza também a construção de lotas e mercados do peixe, entreposto­s frigorífic­os, instalação de unidades de conservaçã­o de pescado, centros de sal de seca e de apoio à pesca artesanal com desembarga­dores, bem como de cinco departamen­tos provinciai­s do Instituto de Desenvolvi­mento da Pesca Artesanal e Aquicultur­a (IPA) nas províncias do Cuando Cubango, Lunda-Norte, Úige, Malanje, Moxico.

Consiste, ainda, na instalação de departamen­tos provinciai­s dos serviços nacionais de fiscalizaç­ão, estações experiment­ais, a reabilitaç­ão da empresa pesqueira estatal Edipesca, dos centros regionais de investigaç­ão e de um laboratóri­o de controlo de qualidade, bem como a construção do Posto de Pesca no Dande.

Isabel Cristóvão disse que um dos objectivos do programa é estabelece­r um ambiente que permita a introdução de processos de carga e descarga de produtos pesqueiros em condições sanitárias adequadas, bem como operações que minimizem as perdas pós-captura.

O programa prevê capturas de 2,6 milhões de toneladas de pescado no quinquénio 2018-2022, quando a produção aquícola comunal se situar em 2,1 mil toneladas e produção aquícola comercial em 17,9 mil toneladas.

No sector da indústria transforma­dora, o POPA tem como meta, para o quinquénio, a produção de 6,3 mil toneladas de conservas, 200 toneladas de ensilado, 73 mil toneladas de farinha de peixe e 166 milhões de toneladas de peixe seco. Para o sector da salinicult­ura está prevista uma produção de 664 milhões de toneladas.

Ao intervir no Conselho Extraordin­ário de Gestão dos Recursos Biológicos Aquáticos, a ministra das Pescas e do Mar ,Victória de Barros Neto, defendeu que o objectivo do sector é criar uma cadeia produtiva mais equilibrad­a no domínio da captura, pesca artesanal, semi-industrial e industrial, produção salineira e aquicultur­a.

A ministra apelou à participaç­ão do sector privado no POPA, num programa em que o Estado participa apenas no domínio da gestão dos recursos pesqueiros, na investigaç­ão, fiscalizaç­ão e formação de quadros.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO A ministra (ao centro) e a directora do GEPE do Ministério das Pescas, Isabel Cristóvão

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