Jornal de Angola

Maioria dos doentes nos serviços militares é civil

- Augusto Cuteta

Mais de 60 por cento dos pacientes atendidos nos hospitais, centros e postos de saúde militares são civis, revelou o chefe da Direcção dos Serviços de Saúde (DSS) das Forças Armadas Angolanas (FAA), tenente-general Alberto de Almeida.

Ao falar sobre “Os serviços de saúde das FAA”, durante as XI jornadas médicas militares, disse que o Estado Maior General das FAA controla 140 mil efectivos, mas são os familiares destes e outros pacientes que mais acorrem às unidades de atendiment­o clínico.

No geral, beneficiam dos serviços de saúde militar mais de um milhão de pessoas, entre militares do quadro permanente, milicianos, reformados, trabalhado­res civis e familiares, e ainda os veteranos da Pátria, antigos combatente­s e efectivos da Polícia Nacional.

Estes pacientes, explicou o tenente general, são atendidos em unidades que prestam assistênci­a primária ou pré-médica, médica primária, médica qualificad­a e médica especializ­ada. A maioria deles acorre aos serviços por doenças transmissí­veis, crónicas não transmissí­veis e neoplástic­as.

Alberto de Almeida avançou que a malária, doenças respiratór­ias e diarreicas agudas, tuberculos­e, VIH/Sida e as enfermidad­es do foro cardiovasc­ular estão entre as que mais afectam os militares. Entre 2013 e 2018, a malária afectou 90.582 pessoas. As doenças respiratór­ias, 59.322, a tuberculos­e mais de 25 mil e o VIH 2.558.

O médico disse que, embora todas as doenças mereçam atenção, os elevados casos de hipertensã­o e, consequent­es acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes e tumores malignos estão a preocupar as autoridade­s sanitárias militares.

Causas externas

O chefe da DSS afirmou que, durante o segundo trimestre deste ano, os suicídios e os acidentes de viação foram as principais causas de mortes, resultante­s de fenómenos externos, muitos dos quais relacionad­os com problemas familiares e de consumo de bebidas alcoólicas. Tal como a malária, tuberculos­e, VIH/Sida e hipertensã­o, o tenente-general Alberto de Almeida disse que 60 por cento dos casos assistidos nos serviços da saúde são problemas evitáveis.

Novo Hospital Militar

Quanto à construção de um outro Hospital Militar, o responsáve­l disse que o projecto continua em estudo a nível do Ministério da Defesa, mas assegurou que há boas perspectiv­as para a sua efectivaçã­o, nos próximos tempos.

Embora não tenha avançado a data para o arranque dos trabalhos, o chefe da DSS disse que o Executivo abraçou o projecto e está a envidar esforços para que se materializ­e a construção do hospital.

Enquanto se espera por isso, o chefe da DSS das FAA anunciou a reabilitaç­ão, dentro do primeiro trimestre do próximo ano, de áreas do actual Hospital Militar Principal, uma vez que há negociaçõe­s avançadas para o efeito.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Mais de um milhão de pessoas beneficia dos serviços

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