Universidades são desafiadas a atingir o topo no continente
Presidente da República, João Lourenço, teve ontem um encontro, no Campus da Universidade Agostinho Neto, no fim do qual exortou para que se trabalhe com empenho para que este desejo de a UAN estar entre as melhores de concretize
O Presidente da República lançou um repto para que ,“num futuro não muito longínquo”, uma das universidades angolanas esteja no ranking das dez melhores do continente e que, preferencialmente, seja a Agostinho Neto. João Lourenço manifestou este desejo no final da visita que efectuou ontem ao Campus da Universidade Agostinho Neto. O Chefe de Estado anunciou para o próximo ano, a conclusão dos trabalhos de construção da primeira fase do Campus Universitário.
O Presidente da República, João Lourenço, lançou ontem, em Luanda, um desafio aos gestores do ensino superior no país no sentido de colocarem uma das universidades angolanas no ranking das dez melhores africanas.
O Chefe de Estado, que falava num encontro com os estudantes no final da visita que efectuou ao Campus da Universidade Agostinho Neto, sublinhou que de preferência que seja esta a estar na lista das dez melhores universidades de África.
“Sonhar não é pecado, antes pelo contrário, desde que trabalhemos com objectivo claro de tornar esse sonho uma realidade. O desafio é para todas as universidades, acredito que aceitem, porque o tiro da largada acaba de ser lançado”, disse João Lourenço, na fase final da sua intervenção. Perante gestores de instituições do ensino superior, o Presidente da República disse que se deve trabalhar com empenho para que, num futuro não muito longínquo, se coloque pelo menos uma instituição de ensino superior angolano entre as dez melhores universidades do continente africano.
No próximo ano, anunciou, vão terminar os trabalhos de construção da primeira fase do Campus Universitário da Universidade Agostinho Neto e que, de forma faseada, vai se concluir também nos próximos anos a segunda fase.
O Presidente da República disse que a conclusão do Campus Universitário vai permitir a instalação de oficinas, laboratórios, hospital universitário, e lares para albergar estudantes mais carenciados a residirem longe do campus ou provenientes de outras províncias, de forma a melhorar as condições de alojamento e de aprendizagem.
João Lourenço sentiu-se privilegiado por visitar o Campus Universitário da Universidade Agostinho Neto, por ser um espaço de excelência no domínio de ensino superior e da investigação científica. O Chefe de Estado lembrou que a Universidade Agostinho Neto tem o nome do primeiro Presidente de Angola, fundador da Nação, um homem da ciência, da cultura, um intelectual de elevado prestígio internacional que deve inspirar e mobilizar todos em prol de uma formação de qualidade ao nível dos melhores padrões internacionais.
“É aqui neste espaço da universidade onde se espera a formação integral dos jovens, a produção, difusão e transferência dos conhecimentos científico, tecnológico e cultural a favor da sociedade, do desenvolvimento económico e social do país”, defendeu.
A Universidade Agostinho Neto, disse, a par da família e do Estado, é um dos principais alicerces na moralização dos cidadãos de quem, entre os vários propósitos, esperase uma maior e contínua intervenção social. “Por esta razão, consideramos que apostar fortemente no ensino superior não constitui em si uma despesa, mas sobretudo um investimento reprodutivo cujos frutos o país colhe sempre mais cedo ou mais tarde no esforço nacional de guindar Angola aos desafios deste século”, referiu.
O Presidente João Lourenço disse que o Estatuto da Carreira Docente do ensino superior, aprovado recentemente, deve ser colocado na prática para dignificar os docentes universitários, uma classe que considerou que muitos sacrifícios consente na formação dos cidadãos angolanos.
O Titular do Poder Executivo lembrou que autorizou o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação a realizar um concurso de ingresso de novos professores nas instituições de ensino superior.
O Presidente da República voltou a chamar a atenção no sentido de se continuar a primar pela qualidade de ensino. Disse ser preciso ser-se mais exigente, desde o ingresso de docentes que têm a responsabilidade de transmitir os conhecimentos com padrões de qualidade recomendados.
João Lourenço disse ser necessário, no processo de admissão de candidatos a estudantes universitários, ser-se muito selectivo e não elitista. “Essa necessidade de maior rigor, mais exigência nos perfis de admissão, deve ser não só com os estudantes, mas também com o corpo docente”, defendeu o Presidente, sublinhando que, nesse esforço na procura da melhor qualidade de ensino de excelência, o Estado não foge as responsabilidades que também tem na criação das condições de trabalho, de remuneração salarial, daí ter falado da necessidade da conclusão da primeira fase do Campus Universitário.
O Titular do Poder Executivo disse que o país tem necessidades de superar, nos próximos anos, o deficit existente no que diz respeito à publicação de trabalhos de docentes e investigadores angolanos nas mais prestigiadas revistas científicas internacionais, sobretudo as de língua inglesa.
Bolsas de estudo
O Chefe de Estado disse que, apesar dos constrangimentos financeiros que o país regista, o Executivo vai conceder bolsas de estudo internas aos estudantes, em especial aos estudantes das áreas de Engenharia, Tecnologias e Ciências de Saúde.
“Temos consciência que o número de bolsas de estudo concedido anualmente ainda é insuficiente para fazer face à demanda”, admitiu João Lourenço, realçando que os critérios utilizados para conceder bolsas de estudo são o de ser estudante carenciado e também com melhores qualificações.
O Presidente da República incentivou o sector empresarial, no âmbito da sua política da responsabilidade social, a apoiar os estudantes de mérito com bolsas de estudo nas áreas correspondentes ao objecto social das respectivas empresas. A participação das empresas, disse, contribui na formação superior de jovens angolanos com talento.
João Lourenço disse que as empresas ao participarem na formação dos jovens o país sai a ganhar e também as próprias empresas têm mais vantagens por contar com quadros qualificados.
O Presidente da República sabe das dificuldades que os jovens recém-formados encontram no mercado de trabalho. Com efeito, disse que o Plano Nacional de Formação de Quadros prevê que uma percentagem de jovens recém -formados seja absorvida pelas empresas privadas.
“Operação Resgate”
O Presidente da República afirmou ontem que a “Operação Resgate” em curso no país abrange também as instituições de ensino superior privadas que não dispõem de condições mínimas para o seu funcionamento.
João Lourenço disse ser preciso combater também as universidades privadas não reconhecidas pela entidade competente do Estado. “Este negócio lucrativo, que não olha para a qualidade do ensino ministrado que levam os estudantes até ao último ano sem a possibilidade de depois entrar para o mercado de trabalho por falta de certificado ou diploma, deve estar debaixo do nosso permanente escrutínio”, defendeu.
O Titular do Poder Executivo exortou os pais ou encarregados de educação a não matricularem os filhos nos estabelecimentos de ensino superior privados não reconhecidos. Estes “não serão mesmo reconhecidos, por não reunirem as condições mínimas exigidas, sob pena de estarmos a pactuar com a impunidade”, avisou.
O Chefe de Estado orientou ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação que deve ser rigoroso e concluir o mais rápido possível o trabalho de legalização das instituições que se encontram em situação de ilegalidade.
“Sendo o sector privado, também na educação e ensino, um importante parceiro do Estado, o objectivo não é o de encerrar simplesmente, mas o de aproveitar ao máximo as que têm condições de ministrar os cursos por si solicitados finalizando-as, e impedir o funcionamento das que demonstrem deficiências elevadas e que estejam incapazes de os superar”, adiantou.
O Presidente da República disse que a “Operação Resgate”, lançada pelo Executivo, é mais do que uma operação policial. É, sobretudo, frisou, uma operação com pendor eminentemente educativo e cívico, que visa recuperar os melhores valores da angolanidade, de educação, ordem, civismo, respeito pelo bem público e pelo próximo.
Presidente afirmou que a “Operação Resgate” em curso no país abrange também as instituições de ensino superior privadas que não dispõem de condições mínimas para o seu funcionamento