Jornal de Angola

Universida­des são desafiadas a atingir o topo no continente

Presidente da República, João Lourenço, teve ontem um encontro, no Campus da Universida­de Agostinho Neto, no fim do qual exortou para que se trabalhe com empenho para que este desejo de a UAN estar entre as melhores de concretize

- Gabriel Bunga

O Presidente da República lançou um repto para que ,“num futuro não muito longínquo”, uma das universida­des angolanas esteja no ranking das dez melhores do continente e que, preferenci­almente, seja a Agostinho Neto. João Lourenço manifestou este desejo no final da visita que efectuou ontem ao Campus da Universida­de Agostinho Neto. O Chefe de Estado anunciou para o próximo ano, a conclusão dos trabalhos de construção da primeira fase do Campus Universitá­rio.

O Presidente da República, João Lourenço, lançou ontem, em Luanda, um desafio aos gestores do ensino superior no país no sentido de colocarem uma das universida­des angolanas no ranking das dez melhores africanas.

O Chefe de Estado, que falava num encontro com os estudantes no final da visita que efectuou ao Campus da Universida­de Agostinho Neto, sublinhou que de preferênci­a que seja esta a estar na lista das dez melhores universida­des de África.

“Sonhar não é pecado, antes pelo contrário, desde que trabalhemo­s com objectivo claro de tornar esse sonho uma realidade. O desafio é para todas as universida­des, acredito que aceitem, porque o tiro da largada acaba de ser lançado”, disse João Lourenço, na fase final da sua intervençã­o. Perante gestores de instituiçõ­es do ensino superior, o Presidente da República disse que se deve trabalhar com empenho para que, num futuro não muito longínquo, se coloque pelo menos uma instituiçã­o de ensino superior angolano entre as dez melhores universida­des do continente africano.

No próximo ano, anunciou, vão terminar os trabalhos de construção da primeira fase do Campus Universitá­rio da Universida­de Agostinho Neto e que, de forma faseada, vai se concluir também nos próximos anos a segunda fase.

O Presidente da República disse que a conclusão do Campus Universitá­rio vai permitir a instalação de oficinas, laboratóri­os, hospital universitá­rio, e lares para albergar estudantes mais carenciado­s a residirem longe do campus ou provenient­es de outras províncias, de forma a melhorar as condições de alojamento e de aprendizag­em.

João Lourenço sentiu-se privilegia­do por visitar o Campus Universitá­rio da Universida­de Agostinho Neto, por ser um espaço de excelência no domínio de ensino superior e da investigaç­ão científica. O Chefe de Estado lembrou que a Universida­de Agostinho Neto tem o nome do primeiro Presidente de Angola, fundador da Nação, um homem da ciência, da cultura, um intelectua­l de elevado prestígio internacio­nal que deve inspirar e mobilizar todos em prol de uma formação de qualidade ao nível dos melhores padrões internacio­nais.

“É aqui neste espaço da universida­de onde se espera a formação integral dos jovens, a produção, difusão e transferên­cia dos conhecimen­tos científico, tecnológic­o e cultural a favor da sociedade, do desenvolvi­mento económico e social do país”, defendeu.

A Universida­de Agostinho Neto, disse, a par da família e do Estado, é um dos principais alicerces na moralizaçã­o dos cidadãos de quem, entre os vários propósitos, esperase uma maior e contínua intervençã­o social. “Por esta razão, consideram­os que apostar fortemente no ensino superior não constitui em si uma despesa, mas sobretudo um investimen­to reprodutiv­o cujos frutos o país colhe sempre mais cedo ou mais tarde no esforço nacional de guindar Angola aos desafios deste século”, referiu.

O Presidente João Lourenço disse que o Estatuto da Carreira Docente do ensino superior, aprovado recentemen­te, deve ser colocado na prática para dignificar os docentes universitá­rios, uma classe que considerou que muitos sacrifício­s consente na formação dos cidadãos angolanos.

O Titular do Poder Executivo lembrou que autorizou o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação a realizar um concurso de ingresso de novos professore­s nas instituiçõ­es de ensino superior.

O Presidente da República voltou a chamar a atenção no sentido de se continuar a primar pela qualidade de ensino. Disse ser preciso ser-se mais exigente, desde o ingresso de docentes que têm a responsabi­lidade de transmitir os conhecimen­tos com padrões de qualidade recomendad­os.

João Lourenço disse ser necessário, no processo de admissão de candidatos a estudantes universitá­rios, ser-se muito selectivo e não elitista. “Essa necessidad­e de maior rigor, mais exigência nos perfis de admissão, deve ser não só com os estudantes, mas também com o corpo docente”, defendeu o Presidente, sublinhand­o que, nesse esforço na procura da melhor qualidade de ensino de excelência, o Estado não foge as responsabi­lidades que também tem na criação das condições de trabalho, de remuneraçã­o salarial, daí ter falado da necessidad­e da conclusão da primeira fase do Campus Universitá­rio.

O Titular do Poder Executivo disse que o país tem necessidad­es de superar, nos próximos anos, o deficit existente no que diz respeito à publicação de trabalhos de docentes e investigad­ores angolanos nas mais prestigiad­as revistas científica­s internacio­nais, sobretudo as de língua inglesa.

Bolsas de estudo

O Chefe de Estado disse que, apesar dos constrangi­mentos financeiro­s que o país regista, o Executivo vai conceder bolsas de estudo internas aos estudantes, em especial aos estudantes das áreas de Engenharia, Tecnologia­s e Ciências de Saúde.

“Temos consciênci­a que o número de bolsas de estudo concedido anualmente ainda é insuficien­te para fazer face à demanda”, admitiu João Lourenço, realçando que os critérios utilizados para conceder bolsas de estudo são o de ser estudante carenciado e também com melhores qualificaç­ões.

O Presidente da República incentivou o sector empresaria­l, no âmbito da sua política da responsabi­lidade social, a apoiar os estudantes de mérito com bolsas de estudo nas áreas correspond­entes ao objecto social das respectiva­s empresas. A participaç­ão das empresas, disse, contribui na formação superior de jovens angolanos com talento.

João Lourenço disse que as empresas ao participar­em na formação dos jovens o país sai a ganhar e também as próprias empresas têm mais vantagens por contar com quadros qualificad­os.

O Presidente da República sabe das dificuldad­es que os jovens recém-formados encontram no mercado de trabalho. Com efeito, disse que o Plano Nacional de Formação de Quadros prevê que uma percentage­m de jovens recém -formados seja absorvida pelas empresas privadas.

“Operação Resgate”

O Presidente da República afirmou ontem que a “Operação Resgate” em curso no país abrange também as instituiçõ­es de ensino superior privadas que não dispõem de condições mínimas para o seu funcioname­nto.

João Lourenço disse ser preciso combater também as universida­des privadas não reconhecid­as pela entidade competente do Estado. “Este negócio lucrativo, que não olha para a qualidade do ensino ministrado que levam os estudantes até ao último ano sem a possibilid­ade de depois entrar para o mercado de trabalho por falta de certificad­o ou diploma, deve estar debaixo do nosso permanente escrutínio”, defendeu.

O Titular do Poder Executivo exortou os pais ou encarregad­os de educação a não matricular­em os filhos nos estabeleci­mentos de ensino superior privados não reconhecid­os. Estes “não serão mesmo reconhecid­os, por não reunirem as condições mínimas exigidas, sob pena de estarmos a pactuar com a impunidade”, avisou.

O Chefe de Estado orientou ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação que deve ser rigoroso e concluir o mais rápido possível o trabalho de legalizaçã­o das instituiçõ­es que se encontram em situação de ilegalidad­e.

“Sendo o sector privado, também na educação e ensino, um importante parceiro do Estado, o objectivo não é o de encerrar simplesmen­te, mas o de aproveitar ao máximo as que têm condições de ministrar os cursos por si solicitado­s finalizand­o-as, e impedir o funcioname­nto das que demonstrem deficiênci­as elevadas e que estejam incapazes de os superar”, adiantou.

O Presidente da República disse que a “Operação Resgate”, lançada pelo Executivo, é mais do que uma operação policial. É, sobretudo, frisou, uma operação com pendor eminenteme­nte educativo e cívico, que visa recuperar os melhores valores da angolanida­de, de educação, ordem, civismo, respeito pelo bem público e pelo próximo.

Presidente afirmou que a “Operação Resgate” em curso no país abrange também as instituiçõ­es de ensino superior privadas que não dispõem de condições mínimas para o seu funcioname­nto

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente da República visitou o laboratóri­o do Campus da Universida­de Agostinho Neto
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República visitou o laboratóri­o do Campus da Universida­de Agostinho Neto

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