Crise financeira trava projectos na área militar
Os dois países perspectivaram as acções que reflectem as suas aspirações e devem ser implementadas nos próximos anos
O Comité Intergovernamental de Cooperação Técnico Militar Angola-Rússia concluiu ontem, em Luanda, que a execução dos projectos definidos na IV reunião foi fortemente influenciada pela crise económica e financeira que o país vive desde 2014.
A conclusão consta do comunicado final da V reunião do comité, realizada entre quarta e sexta-feira, na sala de reuniões do Ministério Defesa Nacional. No encontro, os dois governos passaram em revista assuntos de interesse bilateral, com destaque para o estado de implementação do acordo de cooperação no domínio da tecnologia e indústria para a defesa nacional.
Segundo o comunicado, as delegações redesenharam e perspectivaram, de forma objectiva, as acções que reflectem as aspirações dos dois países, que devem ser implementadas nos próximos anos. Angola e Rússia reconhecem que, apesar dos constrangimentos resultantes da recessão financeira, foram constatados progressos no processo de reequipamento das Forças Armadas Angolanas.
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O secretário de Estado para os Recursos Materiais e Infraestruturas do Ministério da Defesa Nacional, que encabeçou a delegação angolana, afirmou que o Executivo está a trabalhar para que a proposta apresentada pelo Governo russo para a criação de um centro de manutenção de técnicas de helicóptero e aviões seja um facto.
Em declarações à imprensa, Afonso Carlos Neto sublinhou que o país, sobretudo as Forças Armadas Angolanas, e em particular a Força Aérea Nacional, é detentor de um considerável número de aeronaves que, dentro dos programas de manutenção, precisam que sejam submetidos periodicamente a essa assistência.
“O balanço custo-benefício aponta-nos a trabalhar neste importante projecto que, não só servirá para as FAA, como também outros operadores aeronáuticos do país e quem sabe da região, para vender serviços”, sublinhou. O projecto, frisou, seria uma mais-valia para o arranque da indústria militar angolana. Durante a sessão de encerramento, os chefes das duas delegações assinaram as resoluções inscritas na acta da V reunião.
No seu discurso, o secretário de Estado augurou que o programa de consultoria e formação de especialistas, em função dos contratos reformulados, decorra com o objectivo de transferir competências aos comandantes e chefias militares das FAA, para que num horizonte temporal de curto e médio prazo ganhem autonomia efectiva na condução dos seus trabalhos.
O programa, disse, abrange também os centros de saber das FAA, onde foram registados o incremento das capacidades e a qualidade da formação local, com o concurso de docentes russos, em particular no Curso de Estratégia e Arte Operativa. As partes passaram em revista assuntos de interesse bilateral, com destaque para a análise do estado de implementação do acordo de cooperação no domínio da tecnologia e indústria para a Defesa Nacional.
O vice-director do serviço federal para a cooperação técnico-militar da Rússia, Boytsov Andrey, lembrou que o documento assinado prevê várias linhas de perspectivas da cooperação bilateral.
Apesar dos constrangimentos da recessão financeira, Angola e Rússia concluíram que foram constatados progressos no processo de reequipamento das FAA