Partido maioritário exige saída de deputado do PAICV
O partido maioritário caboverdiano apresentou no Parlamento a proposta de destituição do deputado do PAICV Moisés Borges, que se envolveu em confrontos físicos com o seu colega Emanuel Barbosa, mas a oposição entende que se deve deixar a Justiça fazer o seu trabalho.
Na semana passada, os deputados Emanuel Barbosa (Movimento para a Democracia, no poder) e Moisés Borges (Partido Africano da Independência de Cabo Verde, oposição) envolveram-se em confrontos na Assembleia Nacional, antes do início dos trabalhos de uma comissão, na qual estava prevista a audição do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares.
Barbosa sofreu ferimentos e foi transportado para o hospital tendo apresentado queixa na Polícia Judiciária (PJ), alegando que já há algum tempo era ameaçado e que nesse dia foi agredido por Borges.
O assunto foi levado ontem pela primeira vez à sessão parlamentar, através de uma declaração política do grupo parlamentar do MpD, lida pelo seu líder, Rui Figueiredo Soares, que propõe a destituição do deputado Moisés Borges de todos os cargos que ocupa no Parlamento, nomeadamente de uma comissão especializada e de uma rede parlamentar.
O líder parlamentar do MpD voltou a repudiar o acto, dizendo que “foi inédito” e a “todos os títulos injustificável”, entendendo que qualquer deputado que praticasse um acto desta natureza teria, no mínimo, de pôr o seu lugar à disposição ou demitir-se das suas funções.
Na sua intervenção, o deputado do PAICV Moisés Borges pediu desculpas aos caboverdianos pelo incidente, no qual disse foi “envolvido involuntariamente.”
O incidente é apontado por ter acontecido na sequência de acusações e ameaças no Parlamento por parte dos dois deputados, por causa do Fundo do Ambiente, que foi gerido por Moisés Borges nos governos do PAICV, cuja gestão está a ser investigada pelo Ministério Público, por alegadas irregularidades na atribuição das verbas a organizações nãogovernamentais.