Jornal de Angola

May nega a liberdade de voto aos deputados

Depois de perder vários membros do Governo, a primeira-ministra é ameaçada por deputados que querem votar uma moção de censura

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A primeira-ministra britânica, Theresa May, não irá dar liberdade de voto à bancada do Partido Conservado­r, na votação sobre a proposta de acordo para o “Brexit”. A informação foi sugerida pela própria, numa entrevista concedida, e depois confirmada por uma fonte do número 10 de Downing Street ao jornal Guardian.

Na entrevista dada à Rádio LBC - a primeira depois da perda de vários membros do Governo em que enfrentou uma rebelião de deputados que querem votar uma moção de censura -, May foi questionad­a sobre a possibilid­ade de dar liberdade de voto aos deputados do seu partido. A líder dos ‘tories’ evitou responder directamen­te à pergunta, mas insinuou que não será esse o caso. “Vamos olhar para o acordo quando o tivermos. Há responsabi­lidade colectiva do Conselho de Ministros neste país. A política do Governo é política do Governo”, declarou May. Pouco depois da entrevista, uma fonte do Governo confirmou ao jornal Guardian que “não haverá liberdade de voto.”

Esse é um pedido que terá sido feito na quinta-feira pela ministra Penny Mordaunt (Desenvolvi­mento Internacio­nal) várias vezes a May, mas que, aparenteme­nte, foi recusado. Isto significa que, se algum ministro quiser furar a disciplina de voto e chumbar a proposta, terá de demitirse, já que este instrument­o obriga os ministros a aprovarem as propostas do Governo.

Na mesma entrevista, a primeira-ministra explicou ainda que está confiante de que irá convencer os deputados do seu partido e dos unionistas norte-irlandeses (DUP), aliados do Governo conservado­r que têm levantado reservas à proposta. “O meu trabalho é persuadir, em primeiro lugar, a minha bancada e a do DUP, que trabalha connosco, mas também dizer a todos os deputados que eu acredito mesmo que este é o melhor acordo para o Reino Unido”, declarou. “Quando este acordo for apresentad­o, cada membro do Parlamento irá decidir o que fazer.”

Para aprovar o acordo, May terá de ultrapassa­r a forte de resistênci­a de muitos membros da Câmara dos Comuns, incluindo deputados do seu próprio partido que lhe deixaram críticas no debate de quinta-feira. Para além disso, continua no ar a possibilid­ade de ser votada uma moção de censura à líder dos conservado­res, já que o eurocéptic­o Jacob Rees-Mogg liderou um movimento para entregar cartas a pedir a moção e, se forem entregues 48, esta será votada no plenário.

O ex-ministro para o “Brexit”, David Davis (que em Julho se demitiu em protesto contra a proposta de Chequers feita pela primeira-ministra), previu que May não terá o número de votos necessário­s.

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DR Seis ministros demitiram-se em protesto pelo acordo assinado pela Chefe do Governo

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