Jornal de Angola

FMI ACTUALIZA ENDIVIDAME­NTO DE MOÇAMBIQUE

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Os técnicos do FMI que estão em Maputo a actualizar o quadro macroeconó­mico do país vão igualmente incidir a sua atenção na Análise da Sustentabi­lidade da Dívida, cujos critérios impedem a ajuda financeira ao país. “Está agora em Maputo uma missão com o objectivo de actualizar os dados de enquadrame­nto económico do país, num trabalho que inclui a análise da sustentabi­lidade da dívida segundo as regras do FMI e do Banco Mundial”, disse o director do departamen­to de comunicaçã­o do FMI, Gerry Rice. Em resposta a questões colocadas pela Lusa, Gerry Rice acrescento­u que “os técnicos vão estar em Moçambique nas próximas semanas” e que nesse trabalho de actualizaç­ão do quadro das finanças públicas já vão ser tidos em conta os novos indicadore­s financeiro­s resultante­s do acordo preliminar alcançado com os detentores de títulos de dívida pública. Convidado a esclarecer se esse acordo melhora suficiente­mente os indicadore­s para permitir um empréstimo do FMI, Gerry Rice respondeu: “Estamos cientes do acordo alcançado com os credores. Isso é parte da missão. Vamos estudar as implicaçõe­s do acordo para a análise da sustentabi­lidade da dívida no contexto da próxima análise”.

A Análise de Sustentabi­lidade da Dívida (DSA, no original em inglês) comporta cinco indicadore­s para definir se o endividame­nto de um país é sustentáve­l, ou seja, se o país tem capacidade para honrar os seus compromiss­os financeiro­s, não só com os credores comerciais, mas também com as instituiçõ­es multilater­ais com o FMI ou o Banco Mundial.

“No final de 2017, todos os indicadore­s de Análise da Sustentabi­lidade da Dívida de Moçambique (excepto o rácio entre o serviço da dívida e as exportaçõe­s) estavam acima do limite de prudência para os países com um ranking médio de Country Policy and Institutio­nal Assessment (CPIA)”, reconheceu o Governo de Moçambique numa apresentaç­ão feita aos credores a 20 de Março, em Londres.De acordo com as regras internas do Fundo, os países que ultrapasse­m estes níveis estão impossibil­itados de receber ajuda financeira, o que torna ainda mais difícil a já de si complicada situação económica de Moçambique. Em causa estão os limites do Valor Actual da Dívida face ao PIB, às Exportaçõe­s, às Receitas, o Serviço da Dívida face às Exportaçõe­s e o Serviço da Dívida comparado com o valor das Receitas.

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