Aprovação do rascunho pelo Governo
A primeira-ministra britânica, Theresa May, conseguiu a aprovação pelo seu Governo do rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, mas a aprovação do texto no Parlamento está longe de estar garantida.
Quando anunciou a aprovação do rascunho, May avisou: "A escolha é entre este acordo, que concretiza o voto do referendo, que traz de volta o controlo do dinheiro, leis e fronteiras, põe fim à livre circulação, protege empregos, segurança e a nossa união, ou sair sem acordo, ou nenhum 'Brexit' de todo".
A contestação ao texto que existe dentro do Governo, do Partido Conservador e da oposição pode dar origem a vários cenários: Deputados conservadores consideram que não têm mais confiança na primeiraministra e líder do partido e pedem uma moção de censura. Para isto acontecer, Graham Brady, o presidente da Comissão 1922, responsável pela gestão das eleições internas no Partido Conservador, afirma que tem de receber cartas de 48 deputados, equivalente a 15 por cento do grupo parlamentar de 315 deputados.
Na quinta-feira, vários deputados, incluindo o influente eurocéptico Jacob Rees-Mogg, anunciaram ter subscrito a moção. "Lamentavelmente, o projecto de acordo apresentado no Parlamento revelouse pior do que o previsto e não cumpre as promessas feitas ao país pela primeira-ministra, seja por conta própria ou em nome de todos nós no programa do Partido Conservador", justificou Rees-Mogg. Porém, para ser bem-sucedida e dar origem à demissão de May e a uma eleição de um novo líder do partido, 159 dos 315 deputados conservadores terão de votar a favor da moção.
O deputado Ken Clarke, próeuropeu e antigo ministro da Saúde e da Justiça, considerou o exercício irrelevante porque uma eleição iria demorar várias semanas e favorável á May.