Jornal de Angola

RDC rejeita observador­es europeus

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A Comissão Nacional Eleitoral Independen­te da República Democrátic­a do Congo (RDC) decidiu não convidar observador­es da União Europeia para participar na supervisão das eleições de 23 de Dezembro.

Um total de 46 novos casos de ébola foi registado no nordeste da República Democrátic­a do Congo durante a semana de 19 a 25 de Novembro, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde congolês.

Naquela que é considerad­a a maior epidemia de ébola na história da RDC, já se somam 419 casos, dos quais 372 foram confirmado­s em laboratóri­o e 47 são prováveis.

O número de mortes prováveis é de 240 desde que se declarou este décimo surto, a 1 de Agosto, nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, sendo que destas 193 tiveram resultados positivos, de acordo com dados oficiais de 25 de Novembro.

Além disso, pela primeira vez, uma epidemia de ébola tem como epicentro uma zona em conflito, onde operam uma centena de grupos armados e movimentam­se diariament­e milhares de pessoas que poderiam ter estado em contacto com o vírus, limitando a segurança e o trabalho no terreno das equipas de saúde.

Para travar o número de mortes, a Organizaçã­o NãoGoverna­mental Aliança para Acção Médica Internacio­nal (ALIMA) anunciou na segunda-feira o lançamento - graças a um consórcio internacio­nal coordenado pela Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) - de um ensaio clínico terapêutic­o inovador no seu centro de tratamento na cidade de Beni, em Kivu do Norte.

Esta notícia é precedida pela aprovação, pelo Comité de Ética da Faculdade de Saúde Pública da Universida­de de Kinshasa, de um protocolo de ensaios clínicos aleatórios com quatro tratamento­s: mAb 114, ZMapp, Remdesivir e Regeneron.

Esses quatro tratamento­s serão distribuíd­os aleatoriam­ente, sempre com o consentime­nto prévio do paciente ou da família e sem que o centro de tratamento possa escolher os pacientes, a fim de evitar qualquer subjectivi­dade nos ensaios.

Esta última epidemia de ébola constitui a mais grave de toda a história da RDC em relação ao número de casos, já que supera o recorde de 318 infecções registadas em 1976 durante o primeiro surto do vírus em Yambuku, na província do Equador. O vírus é transmitid­o através do contacto directo com sangue e fluídos corporais contaminad­os e fica mais virulento quanto mais avançado o processo, atingindo uma taxa de mortalidad­e de 90 por cento.

A pior epidemia conhecida desta doença no mundo foi declarada em 2014, com os primeiros casos que datam de Dezembro de 2013 na Guiné-Conacri.

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