BAD vai implementar nova estratégia para Moçambique
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai implementar uma nova estratégia de apoio a Moçambique focada na agricultura e infra-estruturas.
“Vai ser uma estratégia para impulsionar o desenvolvimento rural de Moçambique, criar trabalho e diversificar a economia”, declarou o representante do BAD no país, Pietro Toigo.
Pietro Toigo avançou que a aposta nas infra-estruturas tem em vista permitir que o país capitalize o desenvolvimento do sector extractivo, que vai entrar numa nova fase com a exploração do gás natural na bacia do Rovuma.
O BAD, prosseguiu, financiou a construção de 800 quilómetros de estrada nos últimos anos e a edificação de 1.350 quilómetros de linha de energia eléctrica, no quadro do apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas no país.
Nos últimos 40 anos, o BAD desembolsou em Moçambique dois mil milhões de dólares para o financiamento de 100 projectos ligados a infra-estruturas.O director do BAD considera que o país deve “continuar a pôr a dívida numa trajectória mais sustentável”, para ter acesso a mais financiamento e desenvolver a economia.
“Moçambique deve continuar os passos iniciais que foram dados pelo Governo para pôr a dívida numa trajectória mais sustentável, que é essencial para poder desfrutar de recursos maiores para o desenvolvimento", vincou. Moçambique anunciou um acordo preliminar com 60 por cento dos detentores de 'eurobonds', títulos da dívida pública, segundo o qual o país retoma os pagamentos já em Março de 2019 e entrega até 2033 uma fatia de 5 por cento das receitas fiscais do gás natural, cuja exploração arranca em 2022.
Estes títulos representam cerca de 726 milhões de dólares do total de dois mil milhões de dólares de dívidas ocultas contraídas ilegalmente pelo Estado em 2013 e 2014 e são a única parcela sobre a qual há um acordo preliminar.