UE excluída da supervisão das eleições presidenciais
Enquanto a campanha eleitoral prossegue normalmente, sem notícias da ocorrência de casos a registar, a Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) acaba de descartar definitivamente a possibilidade da presença de observadores da União Europeia no supervisionamento das presidenciais de 23 de Dezembro nas quais estão confirmadas as presenças de observadores da União Africana, SADC e da Organização Internacional da Francofonia
Os observadores da União Europeia não serão convidados para participar na supervisão das eleições de 23 de Dezembro, na República Democrática do Congo, enquanto os da União Africana são aguardados em Kinshasa já na próxima segunda-feira.
A decisão de não convidar a União Europeia foi anunciada ontem pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) e coloca um ponto final sobre algumas especulações que davam conta de maior abertura por parte daquela entidade em relação a quem vai supervisionar o pleito.
Para observar as eleições, a CENI confirmou ter convidado a União Africana, a SADC e a Organização Internacional da Francofonia, o que torna estas as primeiras eleições que se vão realizar sem a participação da União Europeia.
Uma das razões apontadas para a ausência forçada desta organização tem a ver com as sanções que impôs a 15 personalidades congolesas no final do segundo mandato de Joseph Kabila, entre as quais o então ministro do Interior, Emmanuel Ramzani Shadary, actual candidato da maioria presidencial.
Entretanto, decorre em todo o país a campanha eleitoral sem que até ao momento se tenha registado qualquer incidente grave.
Ensaio clínico contra ébola
Entretanto, o Ministério da Saúde da RDC, com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciou ter já efectuado o lançamento de um ensaio clínico para avaliar a eficácia e a segurança dos medicamentos utilizados no tratamento de pacientes afectados pelo vírus ébola na província do Kivu do Norte.
"Até agora, os pacientes eram tratados mediante um protocolo de uso compassivo, com medicamentos promissores e que apresentavam um bom perfil de segurança em laboratório. O passo gigante que a RDC está a dar agora clarificará o que vai funcionar melhor e salvará muitas vidas nos anos vindouros", disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Nova Iorque, quando anunciava o projecto.
“Uma vez que o nosso objectivo continua a ser a erradicação desta epidemia, o lançamento do teste na RDC constitui uma etapa importante rumo à descoberta definitiva do tratamento do ébola que salvará vidas”, acrescentou.
O projecto faz parte de um estudo multi-epidémico de vários países e que já foi aceite por diversos parceiros internacionais no quadro de uma iniciativa da OMS.
Até agora, 160 pacientes foram tratados com terapêuticas experimentais num cenário ético desenvolvido pela OMS, em consulta com especialistas no terreno, denominado Utilização de Vigilância em Emergência das Intervenções Experimentais não Registadas (MEURI).
A partir do momento em que os protocolos do teste entram em vigor, os pacientes recebem tratamento nas instalações onde o teste foi feito.