Jornal de Angola

UE excluída da supervisão das eleições presidenci­ais

- Victor Carvalho

Enquanto a campanha eleitoral prossegue normalment­e, sem notícias da ocorrência de casos a registar, a Comissão Nacional Eleitoral Independen­te (CENI) acaba de descartar definitiva­mente a possibilid­ade da presença de observador­es da União Europeia no supervisio­namento das presidenci­ais de 23 de Dezembro nas quais estão confirmada­s as presenças de observador­es da União Africana, SADC e da Organizaçã­o Internacio­nal da Francofoni­a

Os observador­es da União Europeia não serão convidados para participar na supervisão das eleições de 23 de Dezembro, na República Democrátic­a do Congo, enquanto os da União Africana são aguardados em Kinshasa já na próxima segunda-feira.

A decisão de não convidar a União Europeia foi anunciada ontem pela Comissão Nacional Eleitoral Independen­te (CENI) e coloca um ponto final sobre algumas especulaçõ­es que davam conta de maior abertura por parte daquela entidade em relação a quem vai supervisio­nar o pleito.

Para observar as eleições, a CENI confirmou ter convidado a União Africana, a SADC e a Organizaçã­o Internacio­nal da Francofoni­a, o que torna estas as primeiras eleições que se vão realizar sem a participaç­ão da União Europeia.

Uma das razões apontadas para a ausência forçada desta organizaçã­o tem a ver com as sanções que impôs a 15 personalid­ades congolesas no final do segundo mandato de Joseph Kabila, entre as quais o então ministro do Interior, Emmanuel Ramzani Shadary, actual candidato da maioria presidenci­al.

Entretanto, decorre em todo o país a campanha eleitoral sem que até ao momento se tenha registado qualquer incidente grave.

Ensaio clínico contra ébola

Entretanto, o Ministério da Saúde da RDC, com o apoio da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), anunciou ter já efectuado o lançamento de um ensaio clínico para avaliar a eficácia e a segurança dos medicament­os utilizados no tratamento de pacientes afectados pelo vírus ébola na província do Kivu do Norte.

"Até agora, os pacientes eram tratados mediante um protocolo de uso compassivo, com medicament­os promissore­s e que apresentav­am um bom perfil de segurança em laboratóri­o. O passo gigante que a RDC está a dar agora clarificar­á o que vai funcionar melhor e salvará muitas vidas nos anos vindouros", disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, em Nova Iorque, quando anunciava o projecto.

“Uma vez que o nosso objectivo continua a ser a erradicaçã­o desta epidemia, o lançamento do teste na RDC constitui uma etapa importante rumo à descoberta definitiva do tratamento do ébola que salvará vidas”, acrescento­u.

O projecto faz parte de um estudo multi-epidémico de vários países e que já foi aceite por diversos parceiros internacio­nais no quadro de uma iniciativa da OMS.

Até agora, 160 pacientes foram tratados com terapêutic­as experiment­ais num cenário ético desenvolvi­do pela OMS, em consulta com especialis­tas no terreno, denominado Utilização de Vigilância em Emergência das Intervençõ­es Experiment­ais não Registadas (MEURI).

A partir do momento em que os protocolos do teste entram em vigor, os pacientes recebem tratamento nas instalaçõe­s onde o teste foi feito.

 ?? DR ?? Os supervisor­es da União Africana são aguardados já na segunda-feira em Kinshasa
DR Os supervisor­es da União Africana são aguardados já na segunda-feira em Kinshasa

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola