Jornal de Angola

Governo abre inquérito ao trabalho da Polícia

Com o recenseame­nto suspenso, o Governo da Guiné-Bissau anunciou um inquérito à forma como a Polícia impediu técnicos nigerianos de desenvolve­rem o trabalho de conclusão do processo que permitirá marcar a data das eleições legislativ­as. Uma delegação mini

- Victor Carvalho

Perante a decisão do Ministério Público de ordenar a suspensão do recenseame­nto eleitoral devido à actuação que considera “ilegal” das forças de segurança, o Governo da Guiné-Bissau decidiu na sexta-feira à noite abrir um inquérito.

O Governo guineense, que também condenou a atitude das forças de segurança, decidiu abrir este inquérito para averiguar de quem partiu a ordem para a Polícia impedir três técnicos nigerianos de entrarem nas instalaçõe­s do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).

Na altura, o Governo esclareceu que os técnicos nigerianos se encontram no país “por solicitaçã­o de sua excelência o Presidente da República com o propósito de participar na configuraç­ão e parametriz­ação do servidor doado pelo Executivo de Timor-Leste para a consolidaç­ão dos dados do recenseame­nto eleitoral e consequent­e viabilizaç­ão e produção dos cadernos eleitorais, conferindo assim maior fiabilidad­e ao processo de registo de eleitores”.

Por já se saber que a ordem partiu do Ministério Público, o Governo quer aprofundar o apuramento das responsabi­lidades individuai­s, sublinhand­o que se tratou de uma “actuação fora do quadro legal, uma vez que não resul- tou de instruções nem do Presidente da República, nem do Primeiro-Ministro”.

A preocupaçã­o do Governo é que esta ocorrência faz destacar o “desmando e anarquia na manutenção de um clima de ordem e segurança tão necessária­s numa instituiçã­o como a GTAPE”. Na quarta-feira, a Polícia guineense impediu que três técnicos nigerianos prestassem colaboraçã­o a peritos locais na configuraç­ão do servidor em que estão os dados do recenseame­nto eleitoral. No final do dia seguinte, o Ministério Público decidiu suspender o recenseame­nto eleitoral e bloquear as entradas no GTAPE. Isto, segundo disse uma fonte daquele órgão, devido a uma queixa por alegadas irregulari­dades, apresentad­a por um grupo de partidos políticos.

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Autoridade­s dizem que maioria dos guineenses está registada e pode votar nas legislativ­as

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