Jornal de Angola

Sinprof contra docentes com salários indevidos

- Víctor Mayala | Mbanza Kongo

A secretária-geral do Sindicato Nacional dos Professore­s (Sinprof), Hermínia Ferreira do Nascimento, defendeu sexta-feira, em Mbanza Kongo (Zaire), responsabi­lização criminal para os docentes que ao longo de muitos anos prejudicar­am o Estado, auferindo salários incompatív­eis com o grau académico.

A responsáve­l nacional do Sinprof, à saída de um encontro de cortesia com o governador do Zaire, Pedro Makita, afirmou ser esta uma prática antiga a qual o Simprof sempre denunciou, porque não pode um técnico médio estar a ganhar um salário do topo da carreira de um licenciado, mais de 300 mil kwanzas, enquanto que o próprio professor licenciado, que labuta há mais de dez ou 20 anos, espera por reajuste salarial compatível à sua categoria.

Hermínia Ferreira do Nascimento entende que, em condições normais, estas pessoas deveriam ser responsabi­lizadas criminalme­nte, por terem, ao longo de vários anos, prejudicad­o os outros, benefician­do de salários que não os competiam.

“Havia oportunida­des e facilidade­s que eram dadas a nível do governo em vários departamen­tos ministeria­is, que permitiam que alguns fossem colocados em categorias indevidas”, disse a secretária-geral do Sinprof, acrescenta­ndo que diariament­e assiste o sofrimento de colegas com grau de licenciatu­ra a auferirem ainda salários de 49 mil kwanzas, facto que considerou de extrema injustiça.

Hermínia Ferreira do Nascimento repudiou o comportame­nto de alguns directores de escolas nos municípios de Mbanza Kongo, Soyo e Cuimba, que vêem o Simprof como opositor, pondo barreiras à sua actividade.

“Somos um sindicato que sempre reage às acções negativas. Creio que a sociedade sabe como é que agimos quando há injustiças em relação aos professore­s”, disse, sublinhand­o que o Sinprof está a observar atentament­e o processo de transição de estatutos de carreira docente, que considera estar já a registar muitas irregulari­dades.

O vice-governador do Zaire para o sector Político Social e Económico, António Félix Kialuguila, considerou o Sinprof um parceiro privilegia­do na identifica­ção dos males que enfermam o sector da Educação, que o governo pretende corrigir.

“O governo da província está, no cumpriment­o daquilo que é o lema da governação, corrigir o que está mal e melhorar o que está bem e nós temos um parceiro, como o Sinprof, que nos ajude a identifica­r o mal, que queremos corrigir”, referiu António Félix Kialunguil­a. A secretária­geral do Sinprof orientou, em Mbanza Kongo, uma assembleia de renovação de mandatos, que visa criar o secretaria­do provincial. Camponeses associados do município de Catabola, 52 quilómetro­s a leste da cidade do Cuito (Bié), receberam 208 toneladas de inputs agrícolas, entregues pelo governador da província, Pereira Alfredo, no quadro da campanha agrícola 2018/2019.

O governante disse à Angop que a entrega dos meios visa aumentar os níveis de produção na região. Do material entregue constam 190 toneladas de fertilizan­tes e sementes de feijão manteiga e de milho.

Na ocasião, o responsáve­l para a área de aquisição do Projecto de Agricultur­a Familiar Orientado para o Mercado (MOSAP II), José Abel, aconselhou os beneficiár­ios a lançarem as sementes na terra desbravada e a não consumi-las, como às vezes acontece com outros agricultor­es. Precisou que o projecto Mosap II, em parceria com os camponeses associados, preparou 300 hectares de terras aráveis a nível do município de Catabola, visando o aumento das áreas de cultivo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola