Permanência na OPEP questionada por gestor
O corte de 47 mil barris por dia na produção angolana de petróleo, que resulta numa perda diária de dois milhões de dólares, gerou do presidente do Conselho de Administração da Prodiam, Pedro Godinho, a primeira reacção pública contra a permanência do país na OPEP.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e associados liderados pela Rússia concordaram, em Dezembro, num corte de 1,2 milhões de barris por dia (bpd) para defender os preços do crude, com o que os subscritores reduzem 3,03 por cento sobre a produção de Outubro, cabendo a Angola retirar 47 mil bpd da sua oferta.
O presidente do Conselho de Administração da Prodiam - empresa que há mais de 20 anos presta serviços à indústria petrolífera - defendeu num programa difundido pela estação de rádio LAC que Angola deve rever a questão da permanência na OPEP.
“Qual é a vantagem de Angola participar na OPEP, quando no mundo temos cerca de 99 países produtores e só 14 ou 15 membros e pouco menos de meia dúzia de nãomembros participam nesse esforço?”, interrogou-se.
Solicitou que a liderança do país avalie as prerrogativas que têm os produtores de fora da OPEP nos processos de estabilização dos preços, considerando o corte de 47 mil bpd uma imposição à que o país não pode fugir.
“O país deve ter a prerrogativa de definir a sua própria quota”, disse, apontando uma “terceira via”, que seria a de Angola participar nos esforços de estabilização dos preços, sem ser membro da OPEP.
O pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, José de Oliveira, considerou nesse mesmo programa que uma discussão sobre a permanência do país na OPEP não é tida como prioritária neste momento.
A adesão ao cartel, avançou, é uma decisão política emanada por o petróleo ser o produto angolano com maior potencial de exportação, sendo legítimo que o país queira figurar entre os que decidem sobre a evolução dos preços. Uma nova central eléctrica com capacidade de 28 megawatts vai ser construída este ano na cidade de Ondjiva, Cunene, para reforçar o fornecimento àquela e outras localidades, bem como para reduzir a elevada dependência da Namíbia, anunciou o governador Vigílio Tyova.
Num balanço dos seus primeiros cem dias de governação, Vigílio Tyova manifestou-se preocupado com a baixa qualidade da energia fornecida à população da capital da província e assinalou ser uma das grandes prioridades que as sedes municipais e comunais sejam fornecidas com uma aposta em fontes menos onerosas,