Jornal de Angola

Coligação de Kabila conquista a maioria absoluta

A Frente Comum pelo Congo (FCC), coligação do Presidente cessante da República Democrátic­a do Congo (RDC), Joseph Kabila, conquistou 300 dos 500 assentos da Assembleia Nacional. Com a maioria absoluta no Parlamento, ficam reduzidas as hipóteses de Félix T

- Victor Carvalho

O cidadão britânico Daniel Kaye, que em 2015 foi contratado para sabotar a Lonestar, a principal operadora de telecomuni­cações móveis e de Internet da Libéria, por um funcionári­o da Cellcom, uma empresa concorrent­e, foi condenado sexta-feira à tarde por um tribunal do Reino Unido a uma pena efectiva de prisão de dois anos e meio.

Na sequência desse ataque, a Libéria acabou por ficar dois dias privada do acesso aos serviços de Internet, facto que o poderá levar a julgamento também no país africano depois de cumprir a sentença que lhe foi agora imposta no Reino Unido.

Segundo ficou apurado no decorrer do julgamento, Daniel Kaye terá recebido 10 mil dólares por mês para interrompe­r os serviços e atingir a reputação da Lonestar.

Além deste processo, Daniel Kaye, de 29 anos de idade, é também o principal suspeito numa investigaç­ão internacio­nal mais vasta a uma rede que estará envolvida em centenas de sabotagens informátic­as cometidas em todo o mundo, incluindo os ataques de Janeiro de 2017 a três bancos britânicos (Lloyds, Barclays e Halifax) que tiveram o mesmo método de operação.

Apesar de estar ainda em fase de investigaç­ão internacio­nal, este processo deverá também seguir para tribunal e fazer com que Daniel Kaye seja novamente condenado. Em julgamento, o “hacker” admitiu ter sido o autor de um vírus com que efectuou o ataque informátic­o à Lonesta, mas defendeu-se dizendo que acabou por vender o programa utilizado no ataque, sugerindo não ser o autor de outras ofensivas semelhante­s ocorridas desde então. Daniel Kaye, enfrenta ainda a possibilid­ade de ser condenado na Libéria, uma vez que a lei britânica permite que um criminoso informátic­o seja julgado em qualquer parte do mundo e não apenas no país de origem. Entretanto, as autoridade­s liberianas estão a investigar queixas da empresa encarregue da distribuiç­ão de energia eléctrica no país, segundo as quais cerca de 60 por cento da sua produção é roubada e chega aos consumidor­es através de ligações clandestin­as organizada­s, o que causa um prejuízo anual que ronda o equivalent­e a 35 milhões de dólares.

Destruído durante a guerra civil que assolou o país entre 1989 e 2002, o sistema de fornecimen­to de energia eléctrica está actualment­e a ser reabilitad­o graças a uma iniciativa do antigo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prevê abastecer de electricid­ade mais de 50 milhões de pessoas da região subsaharia­na até 2020.

De acordo com dados oficiais, neste momento apenas cerca de 12 por cento da população liberiana tem acesso à energia eléctrica, incluindo os 20 por cento do total de residentes na capital, Monróvia, o que se revela uma das mais baixas taxas a nível de todo o mundo.

O Governo tem nos seus planos abastecer de energia eléctrica uma média de 70 por cento da sua população, cerca de um milhão de pessoas, até 2030, benefician­do para isso do referido financiame­nto aprovado por Barack Obama.

Neste momento, um dos temas em debate no país tem a ver com a possibilid­ade da privatizaç­ão do sector de fornecimen­to e distribuiç­ão de energia eléctrica, seguindo o bom exemplo do que sucedeu com as telecomuni­cações há cerca de 20 anos, tornando-se num dos bons exemplos para a economia da Libéria.

De qualquer forma, não existe por enquanto qualquer perspectiv­a de que essa privatizaç­ão possa suceder a médio prazo, pelo que se continuará a ter na Libéria um dos países africanos com maiores dificuldad­es em fornecer energia eléctrica aos seus cidadãos.

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DR A Libéria ficou alguns dias sem os serviços de Internet

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