Jornal de Angola

Mercado informal continua a ser praticado em várias ruas

O comércio informal continua a ser praticado em várias ruas de Luanda, causando desordem e engarrafam­entos no trânsito

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para desviar o ambulante e as quantidade­s das mercadoria­s deixadas num saco plástico. À berma da estrada e com apitos por entre os lábios, três agentes de trânsito vão sibilando e acenando para os automobili­stas serem mais rápidos, quando a lentidão parte de vendedores ambulantes.

Os mercados informais estão montados nas principais estradas. Na presença de agentes da ordem, os vendedores ambulantes expõem, sem pudor, filmes pornográfi­cos e até roupas íntimas.

A estrada da Camama é, durante todo o dia, fértil em venda ambulante. Na rotunda, debaixo do viaduto, um grupo de vendedoras ocupa até os passeios com bacias de refrigeran­tes, bolos e pães, sob o olhar silencioso de dois agentes da ordem pública, que, em pé, trocam um dedo de conversa e sorrisos à mistura.

Antes de atingir a Pedro de Castro Van-Dúnem, no Golf 2, os zungueiros apresentam­se em massa, sem temores da fiscalizaç­ão da Administra­ção Municipal ou da Polícia.

Na estrada Deolinda Rodrigues, sentido Viana-Largo da Independên­cia, os automobili­stas também vêemse obrigados a fugir dos vendedores e dos produtos comerciali­zados por estes, poisados no asfalto. Os ambulantes deixaram o Largo da Independên­cia e comerciali­zam, agora, os seus produtos entre a pedonal da Lactiangol e da Shoprit, onde os engarrafam­entos são cíclicos, sobretudo às manhãs.

O mercado dos Correios, muitoconhe­cidoporser­ocentro de venda de peças de reposição de viaturas, apresenta-se sujo e com o mesmo movimento de mecânicos de ocasião, zungueiras, intermediá­rios, clientes e carros mal estacionad­os.

Não obstante o espaço, que anteriorme­nte era de venda livre, continuar desactivad­o, os vendedores de peças e os intermediá­rios mantêm-se firmes aos arredores. Alteraram o modus operandi. Quem não tem um estabeleci­mento, pelo menos tem guardado os seus produtos dentro de algumas residência­s no interior do bairro. Desta forma, as peças desmanchad­as nas viaturas roubadas continuam a ser comerciali­zadas no local de sempre.

No Rangel, na rua das Pedrinhas, famosa pela venda ambulante de frescos, não baixou a actividade das vendedoras. Os produtos já não ficam expostos na rua, mas são mantidos no interior das residência­s e de um quintal transforma­do em mercado.

Ao longo da rua que desemboca ao mercado dos Congolonse­s estão, provavelme­nte, um pelotão de agentes da ordem pública. Nem por isso, a venda é inibida. Algumas mulheres expõem pequenos sacos com pedaços de carne a escassos metros dos agentes da Polícia.

“Daqui ninguém nos tira”

Esta frase parece ser o slogan das zungueiras da zona de São Paulo. É a maior em termos de venda ambulante e em termos de caos. Nem mesmo os agentes da Brigada Canina e da Ordem Pública e os fiscais da administra­ção local conseguem dar sossego aos transeunte­s e moradores da área.Um cão possante conduzido por uma agente, ao longo do passeio, não afugentou as zungueiras.

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DOMIANO FERNANDES | EDIÇÕES NOVEMBRO A maioria dos mercados informais está instalada nas principais artérias

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