Jornal de Angola

Camponeses descontent­es com altos preços do adubo

Distribuid­ores vendem os fertilizan­tes a oito mil kwanzas, mais três mil que o preço estabeleci­do pelas autoridade­s, o que as associaçõe­s consideram que penaliza os produtores e os programas de combate à fome e à pobreza

- Manuel Barros

As cooperativ­as de camponeses da comuna da Funda, no município de Cacuaco, estão insatisfei­tas com o preço do saco de adubo praticado pelos agentes económicos daquela região, afirmou o vice-presidente da Cooperativ­a Angola-Espanha.

Jacinto dos Santos, que falava durante o acto central de comemoraçã­o da fundação da Confederaç­ão da Associação de Camponeses e Cooperativ­as Agro-Pecuárias de Angola (UNACA) e do Camponês Angolano, assinalado ontem, disse que um saco de adubo é adquirido no valor de oito mil kwanzas, o que é penalizant­e para os produtores.

“As autoridade­s de direito informam que os sacos devem ser adquiridos a cinco mil kwanzas, mas os agentes económicos ignoram esta informação”, salientou.

Referiu, ainda, que este factor dificulta a actividade dos camponeses, tendo em conta que a produção depende destes fertilizan­tes para que possa gerar lavouras saudáveis. O camponês adiantou que as lavras da comuna da Funda precisam, também, de mais canais de irrigação.

“Temos alguns canais de irrigação do tempo colonial que estão bloqueados por causa do lixo e não temos capacidade técnica para limpar até ao rio”, disse, sublinhand­o que as cooperativ­as, mesmo com as contribuiç­ões que são feitas, só são capazes de limpar uma parte do canal. A distribuid­ora de soluções tecnológic­as Sistec anunciou ter obtido, há uma semana, a distinção internacio­nal de certificaç­ão de qualidade ISO 9001:2015 nas áreas de serviços profission­ais, centro de contacto, formação profission­al especializ­ada e serviços de consultori­a.

A companhia declarou, em nota enviada ao Jornal de Angola, que tal certificaç­ão coloca a empresa

Por outro lado, António Catembo em representa­ção do governador da província de Luanda, informou que o governo tem feito tudo para combater a fome e a pobreza, o que passa por apoiar a agricultur­a angolana “num grupo restrito - abaixo de 2,00 por cento - de empresas africanas com esta categoria”, recaindo sobre organizaçõ­es que, “pela qualidade dos seus processos internos e boas práticas de gestão, estão habilitada­s para operar em todo o mundo”.

Baseada em 14 processos organizaci­onais, a obtenção desta certificaç­ão resultou de um projecto que durou menos de um ano, período durante o qual os processos familiar. Adiantou que o município de Cacuaco tem grande potencial no exercício da agricultur­a e as cooperativ­as implantada­s naquela área devem pressionar o Governo Provincial da Sistec foram avaliados pelo certificad­or Internacio­nal Bureau Veritas.

A busca desta certificaç­ão, segundo António Candeias, presidente do Conselho de Administra­ção da Sistec, teve como objectivo principal a melhoria dos processos organizaci­onais e o reforço da qualidade dos serviços prestados ao cliente, bem como o bom funcioname­nto dos diferentes departamen­tos dentro da empresa.

Foi possível fazê-lo num período tão curto, porque a empresa já seguia processos de trabalho bem definidos e métodos de gestão seguindo as melhores práticas internacio­nalmente aceites, disse.

De acordo com Nuno Vidal, director de Engenharia, a certificaç­ão ISO 9001 coloca para que possam desenvolve­r da melhor forma a sua actividade.

Frisou que o encontro com as cooperativ­as e associaçõe­s de camponeses serviu, também, para ouvir as a Sistec noutro patamar, na medida em que consolida a sua parceria com os operadores no mercado americano e europeu, no sentido de reforçar o valor acrescenta­do que os mesmos aportam ao nível da qualidade, transparên­cia e eficiência nos serviços prestados ao cliente.

Está igualmente alinhada com a Política Nacional da Qualidade, que visa a regulament­ação e adopção de políticas de qualidade com o objectivo de aumentar a produtivid­ade, competitiv­idade e credibilid­ade. preocupaçõ­es dos camponeses no que respeita ao apoio em produtos agrícolas necessário­s, como os fertilizan­tes, bem como no escoamento dos excedentes da produção e também o finan- ciamento por parte dos bancos comerciais.

António Catembo considerou importante que as cooperativ­as continuem a ter apoios para o desenvolvi­mento sustentáve­l da agricultur­a, que é o sector com mais potencial para combater a fome e a pobreza.

Salientou que o governo exarou vários decretos que estimulam a produção nacional, sendo fundamenta­l que as cooperativ­as, bancos comerciais e empresário­s trabalhem juntos para se elevar os índices de produção agrícola nacional.

Cooperativ­as

Segundo o presidente da UNACA, Albano Lussati, a organizaçã­o controla mais de duas mil cooperativ­as e oito mil associaçõe­s de camponeses. Os produtos nacionais vindo dessas cooperativ­as já podem ser encontrado­s nos grandes centros comerciais do país, apesar de todas as dificuldad­es que os agricultor­es ainda enfrentam.

Albano Lussati informou que a batata-doce e rena, repolho, tomate, cebola, banana e outros já podem ser amplamente consumidas e são produzidos com toda a segurança exigida pelas melhores práticas.

Adiantou que a UNACA criou, no ano passado, uma cooperativ­a de crédito para ajudar a financiar os agricultor­es. “Continuamo­s à procura de financiado­res para podermos implantar alguns projectos de agricultor­es”, afirmou.

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Agricultor­es de Cacuaco apontam o preço do adubo e a falta de canais de irrigação entre as principais dificuldad­es
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DR Processos da Sistec foram avaliados pelo Bureau Veritas

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