Camponeses descontentes com altos preços do adubo
Distribuidores vendem os fertilizantes a oito mil kwanzas, mais três mil que o preço estabelecido pelas autoridades, o que as associações consideram que penaliza os produtores e os programas de combate à fome e à pobreza
As cooperativas de camponeses da comuna da Funda, no município de Cacuaco, estão insatisfeitas com o preço do saco de adubo praticado pelos agentes económicos daquela região, afirmou o vice-presidente da Cooperativa Angola-Espanha.
Jacinto dos Santos, que falava durante o acto central de comemoração da fundação da Confederação da Associação de Camponeses e Cooperativas Agro-Pecuárias de Angola (UNACA) e do Camponês Angolano, assinalado ontem, disse que um saco de adubo é adquirido no valor de oito mil kwanzas, o que é penalizante para os produtores.
“As autoridades de direito informam que os sacos devem ser adquiridos a cinco mil kwanzas, mas os agentes económicos ignoram esta informação”, salientou.
Referiu, ainda, que este factor dificulta a actividade dos camponeses, tendo em conta que a produção depende destes fertilizantes para que possa gerar lavouras saudáveis. O camponês adiantou que as lavras da comuna da Funda precisam, também, de mais canais de irrigação.
“Temos alguns canais de irrigação do tempo colonial que estão bloqueados por causa do lixo e não temos capacidade técnica para limpar até ao rio”, disse, sublinhando que as cooperativas, mesmo com as contribuições que são feitas, só são capazes de limpar uma parte do canal. A distribuidora de soluções tecnológicas Sistec anunciou ter obtido, há uma semana, a distinção internacional de certificação de qualidade ISO 9001:2015 nas áreas de serviços profissionais, centro de contacto, formação profissional especializada e serviços de consultoria.
A companhia declarou, em nota enviada ao Jornal de Angola, que tal certificação coloca a empresa
Por outro lado, António Catembo em representação do governador da província de Luanda, informou que o governo tem feito tudo para combater a fome e a pobreza, o que passa por apoiar a agricultura angolana “num grupo restrito - abaixo de 2,00 por cento - de empresas africanas com esta categoria”, recaindo sobre organizações que, “pela qualidade dos seus processos internos e boas práticas de gestão, estão habilitadas para operar em todo o mundo”.
Baseada em 14 processos organizacionais, a obtenção desta certificação resultou de um projecto que durou menos de um ano, período durante o qual os processos familiar. Adiantou que o município de Cacuaco tem grande potencial no exercício da agricultura e as cooperativas implantadas naquela área devem pressionar o Governo Provincial da Sistec foram avaliados pelo certificador Internacional Bureau Veritas.
A busca desta certificação, segundo António Candeias, presidente do Conselho de Administração da Sistec, teve como objectivo principal a melhoria dos processos organizacionais e o reforço da qualidade dos serviços prestados ao cliente, bem como o bom funcionamento dos diferentes departamentos dentro da empresa.
Foi possível fazê-lo num período tão curto, porque a empresa já seguia processos de trabalho bem definidos e métodos de gestão seguindo as melhores práticas internacionalmente aceites, disse.
De acordo com Nuno Vidal, director de Engenharia, a certificação ISO 9001 coloca para que possam desenvolver da melhor forma a sua actividade.
Frisou que o encontro com as cooperativas e associações de camponeses serviu, também, para ouvir as a Sistec noutro patamar, na medida em que consolida a sua parceria com os operadores no mercado americano e europeu, no sentido de reforçar o valor acrescentado que os mesmos aportam ao nível da qualidade, transparência e eficiência nos serviços prestados ao cliente.
Está igualmente alinhada com a Política Nacional da Qualidade, que visa a regulamentação e adopção de políticas de qualidade com o objectivo de aumentar a produtividade, competitividade e credibilidade. preocupações dos camponeses no que respeita ao apoio em produtos agrícolas necessários, como os fertilizantes, bem como no escoamento dos excedentes da produção e também o finan- ciamento por parte dos bancos comerciais.
António Catembo considerou importante que as cooperativas continuem a ter apoios para o desenvolvimento sustentável da agricultura, que é o sector com mais potencial para combater a fome e a pobreza.
Salientou que o governo exarou vários decretos que estimulam a produção nacional, sendo fundamental que as cooperativas, bancos comerciais e empresários trabalhem juntos para se elevar os índices de produção agrícola nacional.
Cooperativas
Segundo o presidente da UNACA, Albano Lussati, a organização controla mais de duas mil cooperativas e oito mil associações de camponeses. Os produtos nacionais vindo dessas cooperativas já podem ser encontrados nos grandes centros comerciais do país, apesar de todas as dificuldades que os agricultores ainda enfrentam.
Albano Lussati informou que a batata-doce e rena, repolho, tomate, cebola, banana e outros já podem ser amplamente consumidas e são produzidos com toda a segurança exigida pelas melhores práticas.
Adiantou que a UNACA criou, no ano passado, uma cooperativa de crédito para ajudar a financiar os agricultores. “Continuamos à procura de financiadores para podermos implantar alguns projectos de agricultores”, afirmou.