Comissão Eleitoral acusada de impedir eleições na UNAC
A negligência Jornal principal razão da morosidade e estado de letargia que se instaurou à volta da providência cautelar.
“Por que é que deliberadamente a comissão eleitoral se absteve de cumprir as suas obrigações fiscais retardando a marcha normal do processo e com que propósito foi orquestrada a concertada campanha de manipulação nos meios de comunicação massiva, entre membros da comissão eleitoral, lista A e direcção ilegal da UNAC-SA?”
Reacções da comissão
A comissão eleitoral para as eleições da UNAC-SA reconhece a morosidade do cumprimento das obrigações fiscais, mas garantiu terem sido acatadas as obrigações, no mês passado.
O presidente, António de Oliveira “Delon”, mostrouse surpreendido com o despacho do processo nº 49/18 B, do Tribunal Provincial de Luanda, 4ª Secção da Sala do Cível e Administrativo, do município de Belas, distrito urbano do Kilamba Kiaxi, urbanização Nova Vida, rua 54, que escreve que a reclamação será expedida depois que se verificar o cumprimento das obrigações fiscais.
António de Oliveira “Delon”disse ao Jornal de Angola que, após os advogados da comissão eleitoral serem notificados por interporem um recurso ao tribunal, foram avisados do cumprimento das obrigações fiscais, que segundo o presidente, foram feitas no dia 24 de Janeiro, com um depósito de 15.150,64 kwanzas, no Banco de Poupança e Crédito (BPC), em Luanda, valor que serviu para o pagamento de emolumentos sobre a responsabilidade nos autos de reclamação à providência cautelar, para anulação de Deliberação Social, do processo nº 49/18-B.
O acto foi entregue ao escrivão de Direito Eduíno Olisses Bunga, do Tribunal Provincial de Luanda, 4ª Secção da Sala do Cível e Administrativo, município de Belas, distrito urbano do Kilamba Kiaxi, Urbanização Nova Vida, rua 54. Membros do Núcleo municipal do Teatro do Sumbe defendem a construção de mais salas A criação de mais espaços de lazer e a construção de salas de espectáculo convencionais para dinamizar as artes cénicas do CuanzaSul constam das principais preocupações dos grupos de teatro e de danças na província, principalmente os da cidade capital, Sumbe.
Os responsáveis de alguns grupos do Sumbe apresentaram essa inquietação ao Jornal de Angola durante um encontro de intercâmbio com actores alemães, realizado segunda-feira, nas Cachoeiras do Binga, no quadro de um protocolo de cooperação entre o Anim’Art - Centro de Animação Artística do Cazenga, em Luanda, e a JTW - Oficina de Teatro para Jovens de Spandau, de Berlim.
O coordenador do Núcleo Municipal do Teatro do Sumbe, Ezequiel Graciano, disse que tem existido um esforço do governo local no sentido de melhorar-se as condições infra-estruturais na província e que há garantias de apoios para as actividades artísticas, com a recuperação de salas de espectáculo, que se encontram em estado de abandono.
Embora parte das promessas continuem ainda por se realizar, Ezequiel Graciano mostra-se satisfeito com o surgimento de vários grupos de teatro localmente, permitindo criar um movimento artístico mais dinâmico na cidade do Sumbe.
Na opinião do também secretário do grupo Nova Lua Teatro, o intercâmbio cultural, fundamentalmente com a presença no país de uma delegação alemã, permite trazer novas realidades e criar outros factos culturais. “É importante que iniciativas do género não fiquem por aqui.”
Quanto aos empresários, disse, ser importante a participação dos mesmos no sentido de ajudar a promover o turismo cultural no país. O grupo Nova Lua Teatro, que existe há 19 anos e tem 30 elementos, de acordo com Ezequiel Graciano, tem procurado trabalhar para o resgate dos valores com a exibição de peças que abordam aspectos importantes do quotidiano do Cuanza-Sul.
O director Artístico da Companhia de Teatro Inéditus do Cuanza-Sul, Araújo Quipeça, espera uma maior atenção do novo governador da província aos criadores de arte, por serem parceiros na sensibilização e mobilização da população no resgate dos valores socioculturais.
Segundo Araújo Quipeça, a companhia, que existe desde 2010 e trabalha muito em peças de intervenção social, augura atingir novas experiências internacionais, por estar a trabalhar com jovens e crianças no domínio do teatro e poesia.
“Queremos mais iniciativas do género, fundamentalmente do envolvimento do mecenato. Mesmo com as dificuldades, estamos a fazer a nossa parte, mas sem apoios institucionais fica difícil sustentar os grupos de teatro e dinamizar as artes na localidade.”
A mesma preocupação é comungada pela actriz Rita de Almeida, do Colectivo Filhos da Arte, que defende políticas concretas de apoio às artes no geral, em particular ao teatro, pelo contributo prestado como parceiros sociais do Governo. “Sentimos o apoio moral, mas é importante também ajudar os grupos com a criação de mais espaços para o desenvolvimento das actividades artísticas.”
A actriz garante que existe na juventude do grupo força de vontade, mas sem o envolvimento do empresariado tudo fica mais difícil. “Vamos continuar a trabalhar e ajudar no desenvolvimento do movimento artístico no Sumbe.”
Para o director Artístico do grupo de dança Angel, Jesse Manuel, a criação da Comissão de Dinamização da Dança no ano passado permitiu uma maior união entre os bailarinos locais, embora reconheça as dificuldades que enfrentam. “Foi um passo importante, que vai permitir dar maior visibilidade ao trabalho desenvolvido pela juventude no Sumbe, no domínio da dança na cidade.”
Turismo cultural
O director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Agostinho Miquinho Casseça, incentiva a juventude a explorar os encantos naturais do CuanzaSul, promovendo desta forma o turismo cultural.
Recorrendo a uma linguagem simples e comunicativa, Agostinho Miquinho Casseça disse, durante o encontro de intercâmbio cultural, que a iniciativa deve ser apadrinhada por todos, pois é um momento de reflexão não apenas sobre o movimento artístico local, mas sobretudo para agregar conhecimentos aos integrantes dos grupos de teatro do Sumbe e os mesmos serem transmitidos aos demais actores da província.