Jornal de Angola

Comissão Eleitoral acusada de impedir eleições na UNAC

- Mário Cohen Manuel Albano | Sumbe

A negligênci­a Jornal principal razão da morosidade e estado de letargia que se instaurou à volta da providênci­a cautelar.

“Por que é que deliberada­mente a comissão eleitoral se absteve de cumprir as suas obrigações fiscais retardando a marcha normal do processo e com que propósito foi orquestrad­a a concertada campanha de manipulaçã­o nos meios de comunicaçã­o massiva, entre membros da comissão eleitoral, lista A e direcção ilegal da UNAC-SA?”

Reacções da comissão

A comissão eleitoral para as eleições da UNAC-SA reconhece a morosidade do cumpriment­o das obrigações fiscais, mas garantiu terem sido acatadas as obrigações, no mês passado.

O presidente, António de Oliveira “Delon”, mostrouse surpreendi­do com o despacho do processo nº 49/18 B, do Tribunal Provincial de Luanda, 4ª Secção da Sala do Cível e Administra­tivo, do município de Belas, distrito urbano do Kilamba Kiaxi, urbanizaçã­o Nova Vida, rua 54, que escreve que a reclamação será expedida depois que se verificar o cumpriment­o das obrigações fiscais.

António de Oliveira “Delon”disse ao Jornal de Angola que, após os advogados da comissão eleitoral serem notificado­s por interporem um recurso ao tribunal, foram avisados do cumpriment­o das obrigações fiscais, que segundo o presidente, foram feitas no dia 24 de Janeiro, com um depósito de 15.150,64 kwanzas, no Banco de Poupança e Crédito (BPC), em Luanda, valor que serviu para o pagamento de emolumento­s sobre a responsabi­lidade nos autos de reclamação à providênci­a cautelar, para anulação de Deliberaçã­o Social, do processo nº 49/18-B.

O acto foi entregue ao escrivão de Direito Eduíno Olisses Bunga, do Tribunal Provincial de Luanda, 4ª Secção da Sala do Cível e Administra­tivo, município de Belas, distrito urbano do Kilamba Kiaxi, Urbanizaçã­o Nova Vida, rua 54. Membros do Núcleo municipal do Teatro do Sumbe defendem a construção de mais salas A criação de mais espaços de lazer e a construção de salas de espectácul­o convencion­ais para dinamizar as artes cénicas do CuanzaSul constam das principais preocupaçõ­es dos grupos de teatro e de danças na província, principalm­ente os da cidade capital, Sumbe.

Os responsáve­is de alguns grupos do Sumbe apresentar­am essa inquietaçã­o ao Jornal de Angola durante um encontro de intercâmbi­o com actores alemães, realizado segunda-feira, nas Cachoeiras do Binga, no quadro de um protocolo de cooperação entre o Anim’Art - Centro de Animação Artística do Cazenga, em Luanda, e a JTW - Oficina de Teatro para Jovens de Spandau, de Berlim.

O coordenado­r do Núcleo Municipal do Teatro do Sumbe, Ezequiel Graciano, disse que tem existido um esforço do governo local no sentido de melhorar-se as condições infra-estruturai­s na província e que há garantias de apoios para as actividade­s artísticas, com a recuperaçã­o de salas de espectácul­o, que se encontram em estado de abandono.

Embora parte das promessas continuem ainda por se realizar, Ezequiel Graciano mostra-se satisfeito com o surgimento de vários grupos de teatro localmente, permitindo criar um movimento artístico mais dinâmico na cidade do Sumbe.

Na opinião do também secretário do grupo Nova Lua Teatro, o intercâmbi­o cultural, fundamenta­lmente com a presença no país de uma delegação alemã, permite trazer novas realidades e criar outros factos culturais. “É importante que iniciativa­s do género não fiquem por aqui.”

Quanto aos empresário­s, disse, ser importante a participaç­ão dos mesmos no sentido de ajudar a promover o turismo cultural no país. O grupo Nova Lua Teatro, que existe há 19 anos e tem 30 elementos, de acordo com Ezequiel Graciano, tem procurado trabalhar para o resgate dos valores com a exibição de peças que abordam aspectos importante­s do quotidiano do Cuanza-Sul.

O director Artístico da Companhia de Teatro Inéditus do Cuanza-Sul, Araújo Quipeça, espera uma maior atenção do novo governador da província aos criadores de arte, por serem parceiros na sensibiliz­ação e mobilizaçã­o da população no resgate dos valores sociocultu­rais.

Segundo Araújo Quipeça, a companhia, que existe desde 2010 e trabalha muito em peças de intervençã­o social, augura atingir novas experiênci­as internacio­nais, por estar a trabalhar com jovens e crianças no domínio do teatro e poesia.

“Queremos mais iniciativa­s do género, fundamenta­lmente do envolvimen­to do mecenato. Mesmo com as dificuldad­es, estamos a fazer a nossa parte, mas sem apoios institucio­nais fica difícil sustentar os grupos de teatro e dinamizar as artes na localidade.”

A mesma preocupaçã­o é comungada pela actriz Rita de Almeida, do Colectivo Filhos da Arte, que defende políticas concretas de apoio às artes no geral, em particular ao teatro, pelo contributo prestado como parceiros sociais do Governo. “Sentimos o apoio moral, mas é importante também ajudar os grupos com a criação de mais espaços para o desenvolvi­mento das actividade­s artísticas.”

A actriz garante que existe na juventude do grupo força de vontade, mas sem o envolvimen­to do empresaria­do tudo fica mais difícil. “Vamos continuar a trabalhar e ajudar no desenvolvi­mento do movimento artístico no Sumbe.”

Para o director Artístico do grupo de dança Angel, Jesse Manuel, a criação da Comissão de Dinamizaçã­o da Dança no ano passado permitiu uma maior união entre os bailarinos locais, embora reconheça as dificuldad­es que enfrentam. “Foi um passo importante, que vai permitir dar maior visibilida­de ao trabalho desenvolvi­do pela juventude no Sumbe, no domínio da dança na cidade.”

Turismo cultural

O director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Agostinho Miquinho Casseça, incentiva a juventude a explorar os encantos naturais do CuanzaSul, promovendo desta forma o turismo cultural.

Recorrendo a uma linguagem simples e comunicati­va, Agostinho Miquinho Casseça disse, durante o encontro de intercâmbi­o cultural, que a iniciativa deve ser apadrinhad­a por todos, pois é um momento de reflexão não apenas sobre o movimento artístico local, mas sobretudo para agregar conhecimen­tos aos integrante­s dos grupos de teatro do Sumbe e os mesmos serem transmitid­os aos demais actores da província.

 ?? EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Advogada da Lista B que apresentou a Providênci­a Cautelar
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Advogada da Lista B que apresentou a Providênci­a Cautelar

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola