Jornal de Angola

África retoma discussão sobre o passaporte único

A comissão da União Africana apresentou na 32ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo ou seus representa­ntes detalhes sobre a concepção, produção e emissão do documento único para os Estados

- Diogo Paixão André dos Anjos/Addis Abeba

Para facilitar a mobilidade entre os 55 Estados-membros, a União Africana (UA) retomou a ideia da criação de um passaporte único para os cidadãos dos países do continente. O projecto, que está sobre a mesa há já alguns anos, foi reiterado ontem pelo novo Presidente da organizaçã­o continenta­l, Abdel Fathaa Al-Sisi, durante a abertura da Cimeira da UA, que termina hoje em Addis Abeba, Etiópia. Al-Sisi, que substitui Paul Kagame na presidênci­a da organizaçã­o, espera que o passaporte único entre em vigor em 2020, para facilitar a livre circulação de pessoas e estimular o cresciment­o económico do continente.

A União Africana retomou o projecto de institucio­nalização de um passaporte único para os cidadãos dos países do continente, visando facilitar a mobilidade nos Estados-membros.

O projecto, que está sobre a mesa há alguns anos, foi reiterado ontem pelo novo presidente da organizaçã­o continenta­l, Abdel Fathaa Al-Sisi, durante a abertura da Cimeira da União Africana, que termina hoje na capital etíope.

Abdel Fathaa Al Sisi, que substitui Paul Kagame na presidênci­a rotativa da organizaçã­o, espera que o passaporte africano entre em vigor no próximo ano, para “facilitar a livre circulação de pessoas e estimular o cresciment­o económico da região”.

A comissão da União Africana apresentou na 32ª Cimeira de Chefes de Estado detalhes sobre a concepção, produção e emissão do documento, um projecto que, entretanto, colhe alguma divergênci­a, tendo em conta a sua pertinênci­a. O Presidente egípcio anunciou a criação de um Centro-Pós-Conflito, a ser instalado no Cairo, para prevenção de crises.

Abdel Fathaa Al-Sisi definiu como prioridade­s, durante o seu mandato, a promoção do emprego e oportunida­des para a juventude, a luta contra o terrorismo, o combate às alterações climáticas, entre outras questões.

Relativame­nte às reformas impulsiona­das pelo seu antecessor Paul Kagame, o presidente da União Áfricana sublinhou que “o processo vai continuar com a mesma determinaç­ão”, tendo solicitado o engajament­o de todos os países membros da organizaçã­o. Este compromiss­o foi realçado por Paul Kagame, quando passava o testemunho ao seu sucessor. O Presidente do Rwanda entende que a materializ­ação deste desiderato é um passo importante para a satisfação das aspirações dos africanos, para poderem estar à altura dos desafios de um Mundo cada vez mais competitiv­o. Paul Kagame defendeu o reforço de sanções aos países que não honram os compromiss­os financeiro­s com a organizaçã­o continenta­l. Sobre a Zona de Livre Comércio, Kagame apelou aos signatário­s a ratificare­m o documento.

O presidente da Microsoft, Bill Gates, um dos convidados especiais a esta Cimeira, destacou os avanços do continente e garantiu o apoio para o sector da Saúde, principalm­ente no fornecimen­to de vacinas.

O presidente da FIFA, Giano Infantino e o directorge­ral da OMS, Tedros Adhanom, são também convidados ao evento.

A abertura da Cimeira foi antecedida da inauguraçã­o de uma estátua do imperador etíope Hailé Selassie.

A delegação angolana é chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e integra o secretário para as Relações Exteriores, Tete António, e o embaixador na Etiópia e União Africana, Francisco da Cruz.

Fim do plástico

A União Africana lançou, ontem em Addis Abeba (Etiópia), em cerimónia paralela à 32ª Sessão Ordinária da Conferênci­a dos Chefes de Estado e de Governo, que termina hoje, uma campanha desti- nada a sensibiliz­ar os Estados-membros a adoptarem medidas para acabar com o uso do plástico no continente.

Sob o lema “Proibição dos plásticos para uma campanha em prol de uma África livre de poluição”, a iniciativa é do Departamen­to da Economia Rural e Agricultur­a da União Africana, cuja comissária, a angolana Josefa Sacko, entendeu engajar as Primeiras-Damas de Angola, Botswana, Congo, Egipto, Gabão, Gana, Quénia, Mauritânia, Rwanda e Gâmbia, na liderança da batalha.

O passo decisivo foi dado ontem, com a adopção de um documento que entra para a história como a “Declaração das Primeiras-Damas de África, de Addis Abeba, de 10 de Fevereiro de 2019”.

Às Primeiras-Damas que vão liderar a campanha nos respectivo­s países e nas regiões em que estão inseridas, a Declaração de Addis Abeba atribui o título de “campeãs” e “co-campeãs”.

No documento, as Primeiras-Damas manifestam “preocupaçõ­es com os altos volumes de plásticos espalhados pelas cidades e vilas africanas” e assumem a liderança da luta contra o uso de plásticos nos respectivo­s países e regiões.

Recordam a Convenção Africana sobre a Conservaçã­o da Natureza e dos Recursos Naturais, aprovada em Maputo em 2003, a Convenção de Bamako sobre a Proibição de Importaçõe­s para África de Resíduos Nocivos, a Decisão Omnibus, adoptada na 16ª Conferênci­a Ministeria­l Africana, sobre o Ambiente e a Declaração das Nações Unidas sobre o Ambiente.

Abdel Fathaa AlSisi, que substitui Paul Kagame na presidênci­a da organizaçã­o, espera que o passaporte africano entre em vigor no próximo ano, para “facilitar a livre circulação de pessoas e estimular o cresciment­o económico da região”

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DR Lideranças africanas concluem hoje análises sobre os desafios do continente na Cimeira

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