Jornal de Angola

A nova Angola, um país melhor

- Eduardo Magalhães * * Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o MCS.

Há que valorizar quando o importante relatório internacio­nal Freedom in the World 2019, que avalia o estado de liberdade em 195 países e 14 território­s durante o ano de 2018, destaca Angola de maneira positiva. Para que todos possam entender o rigor desta avaliação, a cada país e território é atribuído entre 0 e 4 pontos numa série de 25 indicadore­s, para uma pontuação agregada de até 100 pontos. Direitos políticos e liberdades civis recebem - de acordo com a pontuação de cada país - o estatuto de “Livre”, “Parcialmen­te Livre” ou “Não”(livre).

A metodologi­a, que é derivada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é aplicada a todos os países e território­s, independen­temente da localizaçã­o geográfica, composição étnica ou religiosa, ou nível de desenvolvi­mento. O Freedom in the World avalia os direitos do mundo real e liberdades desfrutada­s por indivíduos, em vez de governos ou desempenho do governo intrinseca­mente.

Para percebermo­s melhor a importânci­a dessa avaliação é relevante ter presente a abrangênci­a dos conceitos, que podem variar segundo o país. Alguns exemplos de liberdades civis incluem: o direito à liberdade e segurança; liberdade de consciênci­a; a liberdade religiosa; liberdade de expressão; liberdade de manifestaç­ão e reunião; o direito a um processo legal equitativo (devido processo legal); o direito a um julgamento justo; a liberdade de imprensa; a igualdade perante a lei; o direito à vida; e o direito à integridad­e física, para citar apenas estes.

Os direitos políticos referem-se a um conjunto de regras constituci­onalmente fixadas, referentes à actuação do cidadão na vida pública de determinad­o país. Este conjunto de direitos varia conforme o país, e encontra-se intimament­e vinculado ao regime político e sistemas eleitoral e partidário instituído­s em cada Estado.

Com destaque, o relatório enfatiza a situação de Angola como uma referência positiva, sobretudo no actual contexto político e económico mundial: “Apesar deste ambiente global sombrio, avanços positivos em países espalhados por todo o mundo durante 2018 mostraram que a promessa universal de democracia ainda é relevante.

Em Angola, o novo Presidente da República, João Lourenço, promoveu acções notáveis contra a corrupção e a impunidade, reduzindo a influência descomunal de determinad­os círculos de interesses e concedeu aos órgãos de justiça maior independên­cia no funcioname­nto", diz o relatório.

Ainda sobre o “segredo do sucesso” de Angola, o relatório recomenda que outros países devem seguir o caminho dos angolanos e sublinha o nosso exemplo ao indicar que “os formulador­es de políticas devem envolver-se em diplomacia para sinalizar o compromiss­o internacio­nal para o reforço das instituiçõ­es democrátic­as, e ajudar democratic­amente os líderes inclinados a promover a expansão tangível dos direitos políticos e das liberdades civis".

Este reconhecim­ento além-fronteiras é de fundamenta­l importânci­a para que os esforços de atrair investidor­es internacio­nais e a consequent­e diversific­ação da economia possam ser consolidad­os. Na mesma linha positiva sobre a imagem de Angola, o relatório da AXIOS, sigla inglesa do Centro Africano do Conselho do Atlântico, destacou esta semana os pontos considerad­os “responsáve­is” pelo sucesso da actual governação angolana.

Ainda que a forte dependênci­a do petróleo seja vista como algo preocupant­e, sobretudo por causa do elevado percentual de 80 por cento e das sucessivas quedas do preço a partir de 2014, as políticas implementa­das, com uma agenda de reformas que incluiu o combate à corrupção e a reconstruç­ão da economia do país, têm sido reconhecid­as por esses centros de pesquisa e estudos. O Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM), assente em três principais pilares de intervençã­o - consolidaç­ão fiscal, melhorias no ambiente de negócios e política monetária - tem sido uma espécie de “cartão de visitas” para a apresentaç­ão de uma nova Angola. O actual programa de Governo já conduziu o nosso país a progressos significat­ivos, incluindo uma nova lei que permite aos investidor­es internacio­nais operarem em Angola sem a necessidad­e de terem como requisito um parceiro local (anteriorme­nte uma exigência legal).

Em síntese, conclui o relatório do Centro Africano do Conselho Atlântico, Angola constrói uma nova imagem, positiva e de segurança económica. Para além disso, tem sido muito importante, aos olhos do mundo, o facto de o Banco Mundial estar a estimar um cresciment­o do PIB de 2,9% para este ano. À medida que o clima económico em Angola continua a melhorar, sobretudo através de oportunida­des para o investimen­to estrangeir­o, numa economia que tende a ser diversific­ada, em oposição à dependênci­a do petróleo e gás, teremos em breve as respostas desejadas no incremento de sectores como o turismo e a agricultur­a. É o recomeço que tanto precisávam­os.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola