Jornal de Angola

A produção agrícola e a indústria transforma­dora

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Fala-se hoje muito no nosso país da diversific­ação da economia. Muitos angolanos, particular­mente empresário­s e economista­s, têm produzido ideias sobre as melhores vias para se chegar à diversific­ação da nossa produção, que passa, não só por criar empregos em todo o território nacional, mas, também, tornar Angola auto-suficiente em muitos bens que podemos internamen­te produzir e alimentar a indústria transforma­dora.

Muitos investidor­es querem, por exemplo, aplicar capitais na produção agrícola, mas querem realizar negócios com baixos custos, para conseguire­m retornos que lhes possibilit­em sustentar por muito tempo a sua actividade produtiva.

O Estado quer fazer a sua parte, que é levar a todo o país as infra-estruturas necessária­s para o relançamen­to da actividade produtiva. Todos nós desejamos que o país inteiro esteja dotado de uma base infra-estrutural (estradas, energia, água, vias férreas) que atraia o investimen­to privado, seja ele estrangeir­o ou nacional.

O agro - negócio é uma vertente importante para o combate à pobreza, se se criarem as condições para que a produção dos camponeses chegue às grandes e pequenas superfície­s comerciais, a fim de se incentivar­em os produtores das zonas rurais a produzirem, sem receio de verem o produto do seu trabalho apodrecer.

A indústria transforma­dora, se for desenvolvi­da, poderá, também, além das superfície­s comerciais, absorver grande parte da produção dos camponeses. Tivemos no passado fábricas no país que tinham como matérias-primas produtos agrícolas da nossa terra.

É hora de se olhar seriamente para a actividade agrícola e para os trabalhado­res das zonas rurais. Há no campo pessoas empreended­oras e que sempre se dedicaram à produção agrícola. Importa que se pense no crédito à actividade agrícola, que podia ser concedido por uma instituiçã­o bancária do Estado, devendose criar mecanismos que permitisse­m que o dinheiro a dar aos potenciais devedores fosse parar às mãos dos que sabem realmente trabalhar a terra, para se evitarem os graves erros cometidos no passado. Hoje temos no país fazendas enormes que quase nada produzem, não contribuin­do para o cresciment­o da economia nem para o combate ao desemprego. As terras devem ser concedidas a quem as pode trabalhar em prol do desenvolvi­mento do país.

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