May poderá pedir tempo para o acordo
A Primeira-Ministra Theresa May deverá pedir mais tempo aos deputados para garantir mudanças no acordo Brexit, noticiou ontem a BBC. Em causa está a parte do texto que diz respeito à fronteira do Reino Unido com a Irlanda do Norte e que gerou um impasse nas negociações.
“May deve informar os deputados esta semana, depois de tentar convencer a UE a fazer alterações de última hora”, refere o correspondente da BBC, Iain Watson. Mas não será apenas a questão da Irlanda do Norte que estará sobre a mesa, a Primeira-Ministra vai prometer no Parlamento britânico votar outros pontos do Brexit.
O secretário sombra do Brexit, Keir Starmer, disse que os trabalhistas estão a elaborar uma emenda que, se for aprovada esta semana, garantirá uma votação até o final do mês. Já que os trabalhistas estão a tentar que a votação do acordo aconteça até ao final do mês, como tinha sido garantido pela Primeira-Ministra conservadora. No entanto, não deixou de acusar May de “estar a empatar” para que os deputados só tenham uma escolha entre o acordo de Brexit e uma saída sem acordo.
Falta pouco mais de um mês para o Reino Unido sair da UE, o que está agendado para 29 de Março, mas o acordo do Governo britânico com a UE foi rejeitado pelo Parlamento. Em alternativa, os deputados votaram uma emenda que apoia a maior parte do acordo, com a salvaguarda de poderem fazer acordos pontuais, tentando, assim, evitar uma fronteira física com a Irlanda.
Theresa May está em conversações com Bruxelas para ultrapassar este impasse, sendo que os dirigentes da UE têm-se mostrado indisponíveis para fazer alterações ao anteriormente acordado.
Merkel continua a acreditar
A chanceler alemã, Angela Merkel, continua confiante de que “ainda há tempo” para encontrar uma solução para a saída do Reino Unido da União Europeia, quando falta pouco mais de um mês para o Brexit.
“Por um lado, o tempo urge” e as empresas não podem ser sujeitas a longos processos alfandegários, disse Merkel em Tóquio, perante representantes de sociedades alemãs e japonesas. No entanto, acrescentou, “do ponto de vista político, ainda há tempo. Dois meses não é muito, mas ainda há tempo e ele deve ser usado por todas as partes interessadas”.
O Reino Unido deve sair da União Europeia a 29 de Março, na sequência de um referendo organizado em 2016.
Merkel reconheceu que a questão da salvaguarda da fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, nas negociações entre Londres e Bruxelas, "complica" as discussões do Brexit.
Para Merkel, trata-se de um "problema claramente definido e que deve por isso encontrar uma solução claramente definida".
No entanto, essa solução “depende do que será a relação futura entre a Grã-Bretanha e a União Europeia”, acrescentou Merkel, apelando à “criatividade” e à "boa vontade na busca de uma solução".
A fronteira aberta para a livre circulação de pessoas, bens e serviços é um compromisso assumido nos acordos de paz para o território assinados em 1998 pelos Governos britânico e irlandês, no âmbito da União Europeia. eira