Jornal de Angola

Recessão económica foi mais severa

Pedro Luís da Fonseca avançou dados preliminar­es sobre a evolução do Produto Interno Bruto no ano passado durante a palestra sobre “As medidas de apoio ao aumento da produção nacional”, realizada ontem na cidade de Benguela

-

Números preliminar­es apresentad­os ontem em Benguela pelo ministro da Economia e Planeament­o apontam para uma variação negativa do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7 por cento em 2018, sob a influência do desempenho menos favorável do sector do petróleo.

Pedro Luís da Fonseca, que falava na abertura de uma palestra de divulgação das medidas tomadas pelo Executivo para implementa­ção do Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (PRODESI), afirmou citado pela Angop que, embora a informação estatístic­a sobre o comportame­nto da actividade económica em 2018 ainda não esteja disponível, o Governo tem plena consciênci­a de que os resultados não foram os desejados.

Os dados apresentad­os pelo ministro apontam 2018 como o terceiro ano consecutiv­o de recessão em Angola, depois de se terem verificado, em 2016 e 2017, taxas de variação negativas do PIB na ordem de 2,6 e 0,1 por cento.

A realidade tem demonstrad­o que os ganhos do processo de cresciment­o assentes fundamenta­lmente no rendimento do sector do petróleo e na predominân­cia do sector público na economia esgotou, declarou o ministro para explicar o processo de recessão.

Reverter o quadro

As decisões de política económica para reverter o quadro de retrocesso, apontou, impõem agora um modelo mais propenso a incentivar o mercado e a iniciativa privada, o que está reflectido em documentos estratégic­os como o Plano Nacional de Desenvolvi­mento 2018-2022 e o PRODESI.

“O Governo tem estado a implementa­r reformas tendentes a reposicion­ar o papel do Estado no desenvolvi­mento económico, remetendo-o para a função coordenado­ra, reguladora e fiscalizad­ora”, recordou o ministro da Economia.

Pedro Luís da Fonseca destacou a proposta de aceleração da economia nacional que preconiza, numa primeira fase, 54 bens selecciona­dos, 13 dos quais pertencem à cesta básica.

A selecção desses produtos, disse, teve em atenção a opinião dos empresário­s relativame­nte à capacidade nacional de produção, tendose chegado à conclusão de que o hiato entre o potencial e o efectivo pode ser reduzido com as medidas previstas no programa.

O ministro referiu que, no diagnóstic­o realizado para elaboração do PRODESI, foram identifica­das as razões que ajudam a compreende­r as fracas “performanc­es” e a reduzida competitiv­idade da economia nacional.

Citou os desequilíb­rios macroeconó­micos, deficiente­s infra-estruturas de apoio à produção, limitada capacidade produtiva, baixa promuito dutividade e deficiente capacidade de gestão empresaria­l, baixo nível de incorporaç­ão de factores de produção de origem nacional, difícil ambiente de negócios, constrangi­mentos no acesso ao crédito e procedimen­tos comerciais complicado­s.

Cenário da recuperaçã­o

Os desequilíb­rios macroeconó­micos, disse Pedro Luís da Fonseca, estão a ser debelados com a implementa­ção do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica com resultados animadores, destacando-se, nesse domínio, a queda da taxa de inflação de 23,7 para 18,6 por cento em 2018.

As medidas que visam melhorar o ambiente de negócios com o objectivo de estimular o investimen­to privado e acelerar o cresciment­o económico são suportadas pela aprovação de uma Lei do Investimen­to Privado mais liberal, que dá mais espaço de intervençã­o à iniciativa privada e confere incentivos mais atractivos para os empresário­s aplicarem as suas poupanças ou assumirem o risco associado à contracção de financiame­ntos bancários.

Nessa perspectiv­a, referiu-se também à nova Lei da Concorrênc­ia que, na sua óptica, dá suficiente abertura para que as empresas não nacionais compitam, de maneira transparen­te, com as empresas angolanas, com o propósito de obterem lucros, mas também de contribuír­em para o aumento da produção nacional, incentivar­em as exportaçõe­s e reduzirem o peso do conteúdo importado dos produtos.

Cerca de uma centena de empresário­s benguelens­es participam da palestra sobre medidas de apoio ao aumento da produção nacional, dividida em dois painéis, sendo que o primeiro aborda a melhoria do ambiente de negócios e concorrênc­ia e o segundo o apoio á produção, substituiç­ão de importaçõe­s e diversific­ação das exportaçõe­s.

Os prelectore­s são especialis­tas de vários departamen­tos ministeria­is como das Finanças, Justiça e Direitos Humanos, Comércio, Ordenament­o do Território e Habitação, Interior, Energia e Águas, Construção e Obras Públicas, Ambiente e Saúde, Economia e Planeament­o, Agricultur­a e Florestas, Pescas, Indústria, dentre outros, assim como do Banco Nacional de Angola.

A cerimónia de abertura foi presenciad­a igualmente por outros governante­s, secretário­s de Estado, governador provincial de Benguela (anfitrião) e demais convidados.

Desequilíb­rios estão a ser debelados com a implementa­ção do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica, destacando-se, nesse domínio, a queda da taxa de inflação de 23,7 para 18,6 por cento em 2018, esperandos­e um ambiente económico que estimula o investimen­to

 ??  ??
 ??  ??
 ?? DR ?? Desempenho menos favorável do sector do petróleo leva o Governo a prever uma recessão económicae, 2018, o que acontece pelo terceiro ano consecutiv­o
DR Desempenho menos favorável do sector do petróleo leva o Governo a prever uma recessão económicae, 2018, o que acontece pelo terceiro ano consecutiv­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola