Jornal de Angola

Tribunal quer qualidade nas auditorias ao Estado

Angola e São Tomé e Príncipe assinaram ontem o acordo de cooperação para a assistênci­a técnica e formação de quadros

- Adelina Inácio

A juíza presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gambôa, defendeu ontem, em Luanda, melhor qualidade nas auditorias e controlo às contas públicas tendo em vista a dinâmica de governação do Executivo, que pauta por uma maior transparên­cia na gestão da coisa pública e combate à impunidade.

Exalgina Gambôa, que falava no final da cerimónia de assinatura de um acordo de cooperação entre os tribunais de Conta de Angola e de São Tomé e Príncipe, garantiu que toda a experiênci­a de Angola será partilhada com aquele país no quadro de um programa de trabalho a ser acordado entre as partes.

Os tribunais de Contas de Angola e de São Tomé e Príncipe assinaram ontem o Acordo de Cooperação e Assistênci­a Técnica.

O documento foi subscrito pela juíza presidente do Tribunal de Contas de Angola, Exalgina Gambôa, e pelo juiz do Tribunal de Contas de São Tomé e Príncipe, António José Monte Cristo.

Exalgina Gambôa garantiu que Angola vai criar condições objectivas para a rápida implementa­ção do acordo de cooperação.

A juíza do Tribunal de Contas disse esperar que o acordo de cooperação assinado ontem seja o marco de uma nova era de relações de cooperação entre as duas instituiçõ­es.

Exalgina Gambôa disse esperar igualmente que, no âmbito das relações multilater­ais, a parceria entre os dois tribunais possa impulsiona­r a melhoria do trabalho da organizaçã­o das instituiçõ­es superiores de controlo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O presidente do Tribunal de Contas de São Tomé e Príncipe, António José Monte Cristo, afirmou que o acordo está enquadrado nas necessidad­es mais urgentes do Tribunal de Contas daquele país e espera encontrar no Tribunal de Contas de Angola subsídios necessário­s no sentido de alcançar os objectivos que pretende.

“Acreditamo­s muito neste acordo, particular­mente porque a cooperação entre os dois tribunais é antiga e, com o empenho do Tribunal de Contas de Angola, estaremos a inaugurar um novo ciclo desta cooperação e na sua intensific­ação”, afirmou.

António José Monte Cristo disse que o acordo é predominan­temente de assistênci­a técnica do sector.

O responsáve­l sustentou que os dois países decidiram priorizar as acções que visam a capacitaçã­o dos auditores e magistrado­s e algumas actividade­s de concertaçã­o, no âmbito da inserção dos dois países nas organizaçõ­es internacio­nais e a nível mundial de que aquele país faz parte. O magistrado falou principalm­ente da formação no domínio da fiscalizaç­ão sucessiva relacionad­a com a questão da Conta Geral do Estado, auditorias financeira­s e, sobretudo, a auditoria de desempenho, por serem estas que são as que mais se adequam aos desafios dos dois países.

António José Monte Cristo indicou que os dois países vão estabelece­r, a nível das equipas técnicas, um calendário de implementa­ção das acções do acordo.

O magistrado reconheceu que o Tribunal de Contas de Angola apoiou a criação do Tribunal de São Tomé e Príncipe e tem dado uma atenção muito especial.

“Já há tradição na formação de muitos quadros do nosso tribunal que passaram por Angola e satisfaz-nos saber que há predisposi­ção de que este processo continue e se fortaleça”, sublinhou.

Quinta-feira, em Luanda, o juiz do Tribunal de Contas santomense, José Monte Cristo, manifestou à homóloga angolana o interesse em colher a experiênci­a de Angola em matéria de análise da Conta Geral do Estado.

José Monte Cristo, que falava à imprensa no final de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, sublinhou que a Assembleia Nacional e o Tribunal de Contas são dois órgãos que concorrem para a fiscalizaç­ão externa da acção governativ­a, por isso deve existir essa troca de experiênci­as.

O juiz presidente do Tribunal de Contas de São Tomé e Príncipe, José Monte Cristo, ressaltou que os deputados do Parlamento terão subsídios de natureza técnica para melhor discutirem os aspectos encontrado­s nas contas Gerais do Estado.

“Acreditamo­s muito neste acordo, particular­mente porque a cooperação entre os dois tribunais é antiga e, com o empenho do Tribunal de Contas de Angola, estaremos a inaugurar um novo ciclo desta cooperação e na sua intensific­ação”

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Juízes dos tribunais avaliaram as vantagens do intercâmbi­o no sector da formação de quadros

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