Reforçado o bloqueio da ajuda humanitária
A questão da ajuda humanitária está a ganhar proporções enormes na Venezuela. O bloqueio mantém-se e é o grande tema político e social do momento.
Numa entrevista à Associated Press, o Presidente da Venezuela confirmou ontem que tem mantido contactos com a Casa Branca e insistiu em pedir aos norteamericanos que não interfiram no país.Maduro disse ainda que a ajuda humanitária é um espectáculo mediático montado pela oposição.
No país, vários sindicatos que representam grande parte do tecido produtivo da Venezuela declararam apoio a Juan Guaidó.
O auto-declarado Presidente interino, reconhecido por mais de 60 países do mundo, garante que as manifestações nas ruas vão continuar, até que Nicolás Maduro abandone o poder.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, concordaram que a realização de “eleições antecipadas” será a melhor forma de a Venezuela regressar à ordem constitucional.
“Há uma base comum sobre a Venezuela. Partilhamos o desejo de que a crise na Venezuela chegue ao fim e que a ordem constitucional regresse. O melhor para que tal aconteça são as eleições antecipadas”, detalhou uma fonte comunitária, citada pela agência Efe, após a reunião em Bruxelas entre Mogherini e Pompeo.
Num comunicado, o Serviço Europeu de Acção Externa limitou-se a indicar que a representante da União Europeia para a Política Externa e o secretário de Estado norte-americano sublinharam “a importância da cooperação transatlântica” entre o bloco comunitário e os Estados Unidos num vasto leque de temas de política externa, “incluindo no trabalho em curso para uma transição pacífica e democrática na Venezuela.”
Questionada sobre a possibilidade de os Estados Unidos decidirem enviar tropas para a Venezuela devido à crise política e humanitária que se vive naquele país, a fonte comunitária indicou que na UE não existe “entusiasmo” quanto à perspectiva de intervenções militares e que a maioria dos Estados-membros é contrária à ideia.
“Uma intervenção militar não vai levar à estabilização na Venezuela”, acrescentou a fonte.
A crise política na Venezuela agravou-se em Janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do Parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.