Juíza rejeita soltura de ex-ministro moçambicano das Finanças
A juíza Sagra Subroyen, do Tribunal sul-africano de Kempton Park, rejeitou ontem o pedido de libertação sob caução do exministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, acusado de fraude e corrupção nos Estados Unidos, no mesmo dia em que começou em Maputo o julgamento da antiga embaixadora nos EUA, noticiou a Lusa.
“Conceder a liberdade não seria no interesse da Justiça e da sociedade. O arguido permanece detido sob custódia pendente da extradição”, disse a juíza no decorrer da leitura da sentença, que durou duas horas. O mesmo tribunal está a analisar também o pedido de extradição para os Estados Unidos, devendo a decisão ser anunciada na audiência marcada para o próximo dia 26.
Os EUA acusam Manuel Chang de conspiração para fraude electrónica e para fraude com valores mobiliários e lavagem de dinheiro, no âmbito do processo das dívidas ocultas de Moçambique. O ex-ministro foi detido no Aeroporto Internacional Oliver. R. Tambo, em Joanesburgo, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos em 27 de Dezembro passado.
A fonte acrescenta que o Tribunal Judicial de Maputo começou a julgar Amélia Sumbana, de 65 anos, antiga embaixadora moçambicana nos EUA, acusada de desvio de cerca de meio milhão de dólares entre 2009 e 2015. O Ministério Público diz que Amélia Sumbana cometeu crimes de abuso de cargo, peculato e branqueamento de capitais.
Entre outros ilícitos, a arguida terá usado parte do dinheiro para pagar a aquisição e reabilitação de um imóvel na cidade de Maputo, registado posteriormente em nome do marido.
Segundo a acusação, a embaixadora emitia cheques a seu favor com a justificação de que as verbas serviam para obras na residência oficial ou para serviço da missão diplomática e pedia reembolso de viagens aéreas não efectuadas.