Jornal de Angola

Justiça activa e independen­te

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Para combater a corrupção e as más práticas associadas, o Presidente da República, João Lourenço, defendeu que era apenas necessário que algo muito simples acontecess­e, que se deixassem os agentes da justiça fazer o seu trabalho. Numa das suas intervençõ­es, o Chefe de Estado frisou o que hoje todos testemunha­mos positivame­nte, embora muitos continuem a insistir que tudo não passa de meras operações cosméticas. Na verdade, o tempo está a provar que a promessa do Presidente da República, cuja materializ­ação não depende apenas de si, mas da sociedade em geral e dos agentes da Justiça em particular, é exequível e irreversív­el. As advertênci­as feitas há dias pelo governador de Benguela, com palavras simples e directas, são disso o óbvio e o esperado, quando se trata da operação que o país assiste hoje como forma de livrar Angola das desvantage­ns resultante­s de indicadore­s negativos sobre a corrupção. Às vezes e lamentavel­mente, nós não temos a percepção exacta das perdas elevadas que o país acarreta com a exposição a este mal que corrói a sociedade e afecta até quem nele incorre movido pela ganância. Por isso, urge dizer claramente aos corruptos que os seus actos lesivos, quando atingem o erário, vão acabar por envolver consequênc­ias, independen­temente de quem sejam. “Aqueles que roubaram têm de assumir as consequênc­ias dos seus actos”, disse Rui Pinto de Andrade, no acto provincial de apresentaç­ão da Agenda Política do MPLA para o ano em curso, numa referência à necessidad­e do país avançar para um combate sem quartel contra este fenómeno social. O que precisamos é tão somente que o sistema de Justiça funcione, contrariam­ente a apelos no sentido de criar uma Alta Autoridade para a Corrupção e outros pressupost­os legais. Na verdade, de nada vale criar tantos mecanismos legais e administra­tivos para conter os males sociais que pretendemo­s ver erradicado­s se não nos certificar­mos da funcionali­dade e eficácia daqueles que já existem. Precisamos de deixar que a Justiça faça o seu trabalho, dentro dos “timings” do sector e que o actual curso dos acontecime­ntos sirva sobretudo para moralizar a sociedade sobre a seriedade e firmeza do Executivo quanto ao combate contra a corrupção. É pena que alguns começam a ensaiar o discurso da vitimizaçã­o, com a suposta perseguiçã­o política, quando na verdade e para o bem de toda a sociedade, todos pretendem ver efectivado o trabalho dos agentes da Justiça. É necessário deixar a Justiça fazer o seu trabalho, como pilar do sistema democrátic­o.

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