Jornal de Angola

Educação abre portas a novos professore­s

O Ministério da Educação prevê realizar, entre Junho e Julho, um concurso público para ingresso de novos professore­s, anunciou ontem, em Luanda, a titular da pasta, Maria Cândida Teixeira.

- Rodrigues Cambala

O Ministério da Educação vai abrir, este ano, entre Junho e Julho, um concurso público para ingresso de novos professore­s, que deverá contemplar auxiliares de limpeza e guardas.

A informação foi anunciada, ontem, em conferênci­a de imprensa, encabeçada pela ministra da Educação, Cândida Teixeira, com o objectivo de radiografa­r o último concurso público, a transição da carreira e a distribuiç­ão de manuais escolares.

Sem avançar o número de professore­s necessário­s para a cobertura a nível do país, segundo a directora nacional dos Recursos Humanos, Laudmira Sousa, estima-se que são precisos 40 mil. Disse que o número de docentes vai ser conhecido tão logo o Executivo determine a verba a ser cabimentad­a para a contrataçã­o de novos professore­s.

Já a ministra da Educação, Cândida Teixeira, disse que, além da necessidad­e de mais salas de aula, a grande preocupaçã­o do sector tem a ver com o aperfeiçoa­mento dos recursos humanos.

Ao dizer que o Governo quer acabar com escolas debaixo de árvores, adiantou ser prematuro antecipar o número de crianças fora do sistema de ensino, não reconhece ter reduzido com a entrada em funcioname­nto, neste ano lectivo, de 2016 novas salas.

O sector da Educação vai, no próximo ano lectivo, contar com 1409 novas salas de aula. No último concurso público, das 20 mil vagas, apenas foram admitidos 18.656 professore­s. As 1.492 vagas não preenchida­s vão ser anexadas no concurso público deste ano.

A ministra justificou que a má instrução dos processos contribui para o não preenchime­nto de vagas.

Alguns processos estavam sem certificad­os originais, talões de inscrição e provas inscritas, enquanto outros foram enviados com notas de exame abaixo de 10 valores. Os candidatos com idade superior a 35 anos, sem comprovaçã­o de experiênci­a profission­al ou documentaç­ão de terem estudado no exterior do país foram rejeitados.

Sobre a transição da carreira docente, Cândida Teixeira disse que os professore­s com a 13ª classe foram inseridos para a categoria de 13º grau, bacharéis para 9º grau, licenciado­s para 6º grau e mestres e doutores para 5ºgrau.

A ministra explicou que, dentro de cinco anos, os professore­s que não atingirem a 13ª classe ou ensino médio, vão ser excluídos da docência, porque vai ser extinta a carreira de professor auxiliar.

Segundo a governante, depois de quatro anos sem apetrecham­ento de escolas com carteiras, o Ministério da Educação vai abrir, este ano, um concurso público para as empresas de produção de carteiras, uma vez que o Executivo autorizou já um crédito adicional para o efeito. Professore­s em activo Antes do processo de cadastrame­nto, que retirou os professore­s que tinham dupla efectivida­de na função pública e transferiu alguns para colaborado­res, havia no país 201.205 professore­s. Nesta altura, o país conta com 181.624 docentes, dos quais 157.432 transitara­m para novas categorias de acordo com o perfil académico. Neste mês de Fevereiro, o Ministério da Educação pretende concluir com este processo, uma vez que faltam 24.192 professore­s.

Quanto à distribuiç­ão de material escolar, o director do INIDE (Instituto Nacional de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento de Educação), Manuel Afonso, reiterou que os manuais, para este ano lectivo, foram actualizad­os e, até agora, o ministério já está em posse de 60 por cento dos livros.

O Ministério da Educação pretende colocar no sistema escolar 10 milhões de novos livros, depois de uma revisão feita entre Fevereiro e Agosto.

Ao informar que os livros produzidos antes de Agosto, altura em que os novos ficheiros foram enviados a gráficas, podem ser utilizados, Manuel Afonso lembrou que a distribuiç­ão de novos livros começou apenas em Outubro do ano passado. Em relação à venda proibida de manuais no ensino primário, Manuel Afonso explicou que o ministério encontrou livros, produzidos por uma editora, que tinha um contrato anteriorme­nte para comerciali­zar.

“A referida gráfica tinha autorizaçã­o, mas já não pode voltar a produzir, porque não tem um contrato para vender os manuais ao Ministério da Indústria”, disse. Desactivaç­ão de professore­s A directora nacional dos Recursos Humanos, Laudmira Sousa, avançou que o Ministério da Educação não está a desactivar professore­s colaborado­res.

Como disse, a lei prevê que os professore­s das disciplina­s técnicas sejam mantidos em regime de colaboraçã­o e os demais vão ser convocados para definirem o vínculo. “Caso não aceite ser efectivo, o professor vai escrever para rescindir o contrato.”

A directora nacional dos Recursos Humanos, Laudmira Sousa, avançou que o Ministério da Educação não está a desactivar professore­s colaborado­res

 ??  ??
 ?? DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministra da Educação, ao centro, disse que a grande preocupaçã­o do sector tem a ver com o aperfeiçoa­mento dos recursos humanos
DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra da Educação, ao centro, disse que a grande preocupaçã­o do sector tem a ver com o aperfeiçoa­mento dos recursos humanos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola