Censo agro-pecuário arranca em Maio
Inquérito designado RAPP é financiado pelo Banco Mundial e decorre até 2022 recolha e divulgação de dados estatísticos
O Recenseamento Agropecuário e Pescas (RAPP) que decorre de Maio até 2022 - esta avaliado em 25 milhões de dólares financiados pelo Banco Mundial, anunciou o chefe de Departamento de Contas Nacional e Coordenação Estatística do INE, Agostinho Sardinha.
Em declarações à imprensa, Agostinho Sardinha indicou que o projecto absorve 19 milhões de dólares na fase principal, que se prolonga até 2022 e envolve um censo piloto na fase de recolha e a listagem dos agregados familiares.
A seguir, prosseguiu, são acrescentados os restantes seis milhões de dólares para que, nos três últimos anos do processo, o Ministério da Agricultura e Florestas faça os inquéritos complementares a nível nacional.
O RAPP é uma operação estatística que tem o objectivo de recolher, tratar e divulgar informações estatísticas detalhadas sobre a agricultura, pecuária e pescas para apoiar a tomada de decisões e a formulação de políticas por parte do Governo e de outros operadores económicos.
Inicialmente, foram seleccionadas cinco províncias para o teste piloto - Uíge, CuanzaSul, Benguela, Cunene e Moxico -, por serem regiões ecológicas, com alta prevalência de práticas agrícolas, apresentarem grande densidade em efectivo animal e terem condições logísticas.
As fases de implementação do Recenseamento Agropecuário e Pescas envolvem cerca de 800 agentes que recebem cursos nas comissões províncias e gabinetes municipais a instituir. Em Março, concluem cursos quatro formadores e 14 agentes de campo, iniciando-se também a fase de recolha piloto. A divulgação dos resultados até Junho de 2020.
O RAPP é primeiro censo piloto a ser realizado depois da proclamação da independência nacional, sendo que o primeiro aconteceu no tempo colonial, em 1961. Sector empresarial Na sua estratégia, o INE tem também planificado para 2019 um segundo Recenseamento Empresarial (Rempe), um inquérito exaustivo das empresas, estabelecimentos, institutos públicos e instituições sem fins lucrativos inscritos para operar em Angola.
O primeiro recenseamento foi realizado em 2003 e, segundo o coordenador técnico do Rempe, José Calenje, existem actualmente sob o controlo do INE cerca de 200 mil empresas, incluindo instituições públicas e sem fins lucrativos .
Informou que, a última publicação de dados empresarias, recolhida pelo INE de 2014 a 2017, mostrou existirem um total de 168 mil empresas registadas na base de dados do INE, 60 por cento das quais aguardam o início das actividades.
Muitas das empresas que aguardam o início das actividades têm estado a desenvolver as suas actividades económicas, afirmou o coordenador , afirmando que, uma vez que não há cultura de actualização dos registos, é necessário que se faça o recenseamento.
Enquanto decorrem os preparativos para o início do Rempe, a data marcada para a implementação do projecto está ainda em discussão. “Aqui a ideia é fazer com que informações relacionadas com o tecido empresarial do país possam servir de base para alimentar o sistema de contas nacional”, frisou José Calenje.