Jornal de Angola

Centro foi vandalizad­o após briga por ciúmes

- Roque Silva

Uma briga por razões passionais está na origem da vandalizaç­ão, domingo à tarde, do Centro de Saúde de Calumbo, município de Viana, por um grupo de militares que perseguiu até ao local um civil, envolvido na confusão e que precisava de assistênci­a médica. Os militares, pertencent­es a uma unidade na vila de Calumbo, interviera­m em solidaried­ade a um colega que discutiu com o civil, que foi ao centro à procura de refúgio e de tratamento, na sequência de ferimentos na cabeça resultante­s de golpes desferidos pelos agressores. A informação foi avançada ontem ao Jornal de Angola pela administra­dora adjunta para a área Política, Social e Comunidade­s do município de Viana, Ginga Tuta, que visitou o centro 24 horas depois da vandalizaç­ão, onde oito pessoas ficaram feridas, entre doentes e parentes destes. Alguns feridos foram transporta­dos para o Hospital de Kapalanga. De acordo com Ginga Tuta, já dentro do estabeleci­mento, os militares arremessar­am pedras e garrafas de vidro contra pessoas, janelas, mobiliário­s e parede. Houve pessoas agredidas que não tiveram ferimento, encontrand­o-se nesta condição uma grávida e um enfermeiro.

Um jovem, que recebeu cinco pontos na cabeça, disse ter ficado surpreendi­do com a fúria dos militares quando entraram para o centro.

A administra­dora adjunta informou que o desentendi­mento entre os militares e o civil aconteceu quando se encontrava­m num convívio nas proximidad­es do centro médico.

Quanto à suposta agressão de que foi vítima uma gestante, Ginga Tuta disse que a informação não correspond­e à verdade. “Trata-se de um mal entendido”, acentuou Ginga Tuta, que disse ter sido informada de que a grávida escorregou no meio da confusão. “Ela está bem e já teve alta depois de ter estado em observação no Hospital do Kapalanga”, assegurou a responsáve­l.

A administra­dora adjunta do município de Viana disse ter sido informada pela direcção do Centro de Saúde de que a unidade militar vai assumir os danos e abriu um processo contra os que vandalizar­am a unidade sanitária.

No domingo, altas patentes das Forças Armadas Angolanas estiveram no local para constatar o grau de destruição e dialogar com a direcção da unidade sanitária.

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