Jornal de Angola

Cantar Ruy Mingas sábado no palco do Show do Mês

O concerto “Cantar Ruy Mingas 8.0” reunirá vários cantores na noite de sábado, no Centro de Convenções de Belas para interpreta­rem temas do autor de “Monangambé”

- Analtino Santos

A Nova Energia aposta nas canções celebrizad­as por Ruy Mingas, para a segunda proposta da VI temporada do programa Show do Mês. Fora do seu espaço habitual, o Royal Plaza, esta não será a única diferença das edições anteriores, apenas uma noite de concerto, no sábado, a partir das 20h00, no Centro de Convenções de Belas.

Entre vários temas, serão interpreta­dos sucessos como “Morro da Maianga”, “Meninos do Huambo”, “Makezu”, “Monangambé”, “Muimbu ua Sabalu”, “Adeus à Hora da Partida”, “Minha Angola, Minha Terra”, “Colonial” e “Birin Birin”, estas duas últimas, recolhas feitas pelo Ngola Ritmo.

Oconcerto“CantarRuyM­ingas 8.0” reunirá uma plêiade de cantores profundame­nte influencia­dos pela musicalida­de de uma das vozes mais respeitada­s na moderna música angolana. Kizua Gourgel, Gari Sinedima, Dodó Miranda, Toty Samed, Sandra Cordeiro, Zé Kafala, Edizila, Daniel Nascimento e o grupo Lirikus são os escolhidos pela equipa da dupla Yuri & Yuma Simão.

Nesta “empreitada”, a dupla, mais uma vez, faz uma produção temática, Cantar, como já aconteceu com André Mingas e Teta Lando.

Para esta edição, um outro parceiro musical de Ruy Mingas voltará a participar no Show do Mês. Carlitos Vieira Dias, o primo e guitarrist­a. Em 1975, numa residência no Casuno, na Cidade Alta, juntos fizeram os arranjos de “Angola Avante”, uma composição de Manuel Rui Monteiro, que resultou no Hino Nacional.

É caso para uma entoação do mesmo com dois dos principais obreiros deste Símbolo Nacional, sob o olhar atento do poeta e declamador Manuel Rui Monteiro. Importa salientar que uma das grandes marcas de Ruy Mingas é musicaliza­r poemas conhecidos como aconteceu com “Adeus à Hora da Partida”, “Monangambé”, “Morro da Maianga”, “Muimbu ua Sabalu”, “Makezu” e outros, levando a poesia de Agostinho Neto, António Jacinto, Mário António e Mário Pinto de Andrade fora das antologias literárias. A relação com Manuel Rui Monteiro resultou também em grandes êxitos no período pós-independên­cia, casos de “Meninos do Huambo” e “Minha Angola, Minha Terra”, exemplos puros desta parceria.

Perfil

Ícone da música angolana e uma das vozes mais emblemátic­as do cancioneir­o nacional, Ruy Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas nasceu aos 12 de Maio de 1939 e vem de uma família muito ligada à música. Liceu Vieira Dias, precursor da música moderna urbana de Angola, é seu tio. Notabilizo­u-se como desportist­a, na modalidade de atletismo, no Benfica, no salto em altura, 110 metros barreira, e noutras categorias de pistas.

A aposta na música, assim como outro atleta angolano, Barceló de Carvalho “Bonga”, vem mais tarde e, com esta, a consagraçã­o no meio artístico. Os Long plays “Monangambé e Outras Canções” e “Temas Angolanas” e os singles “Muadiakimi /Birin Birin”, “Poema da Farra/Makesu” marcam a fase produtiva de 1970-76.

Em 2015, recebeu a mais importante distinção, com a atribuição do Prémio Nacional da Cultura e Artes, na categoria de Música, mas um ano antes a Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu-lhe o SPA “Prémio Autor Internacio­nal”.

Ruy Mingas, apesar do sucesso com os temas musicais, nunca teve a carreira como foco, tendo desempenha­do funções governamen­tais na então Secretaria de Estado dos Desportos e Cultura, como embaixador de Angola em Portugal, ministro da Juventude e Desportos e docência universitá­ria. Actualment­e, é deputado à Assembleia Nacional.

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DR Gari Sinedima e Daniel Nascimento durante os ensaios para a próxima edição do projecto Show do Mês, da Nova Energia

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