Jornal de Angola

Liberaliza­ção do sector do petróleo e gás está iminente

Secretário de Estado considera efectiva a passagem de funções de concession­ário da Sonangol, pojectada para privatizaç­ão parcial

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O secretário

de Estado dos Petróleos considerou na terçafeira que a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombust­íveis (ANPG), a concession­ária do sector dos hidrocarbo­netos em funções há uma semana, vai contribuir para uma “maior liberaliza­ção” do mercado, que dizser“umaquestão­detempo”.

“Quanto à liberaliza­ção do mercado, também foi criado o Instituto Regulador dos Preços dos Derivados do Petróleo e esta agência está em funcioname­nto. A liberaliza­ção é uma questão de tempo, até que tenhamos todas as condições legislativ­as para que se possa fazer isso”, disse José Alexandre Barroso à Lusa.

A ANPG é, desde quintafeir­a passada, a nova concession­ária do sector, função exercida anteriorme­nte pela petrolífer­a estatal Sonangol, “concluído o quadro legal para o exercício efectivo” da actividade.

Em comunicado emitido na última quinta-feira, há uma semana, por ocasião da publicação da Lei 5/19, de 18 de Abril, a alterar a Lei das Actividade­s Petrolífer­as, a ANPG considerou que estava concluído o quadro legal para o exercício efectivo da função de concession­ária.

Ao falar aos jornalista­s à margem da apresentaç­ão das realizaçõe­s do primeiro trimestre de 2019 e perspectiv­as domercadop­etrolífero­angolano para o segundo trimestre, que decorreu na terça-feira em Luanda, José Alexandre Barroso assinalou que as atribuiçõe­s da agência são “efectivas”.

“Há transferên­cia efectiva, desde o dia 18 de Abril, desta função da Sonangol para a agência e os programas que já estavam em curso e os novos vão começar a ser tratados pela agência”, frisou.

Regular, fiscalizar e promover a execução de actividade­s petrolífer­as no domínio das operações e contrataçã­o do sector de petróleos, gás e biocombust­íveis são algumas das atribuiçõe­s da nova concession­ária angolana.

A petrolífer­a Sonangol e as suas associadas exportaram, no primeiro trimestre de 2019, cerca de 119,79 milhões de barris, gerando uma receita bruta de 7.550 milhões de dólares, de acordo com os números do primeiro trimestre. A quota da Sonangol represento­u cerca de 38 por cento do total das exportaçõe­s,maisde45mi­lhões de barris, e um volume bruto de vendas no valor de 2 827 milhões de dólares, uma diminuição de uns 211 milhões de dólares face aos mais de três mil milhões do quatro trimestre de 2018, de acordo com segundos os números apresentad­os pelo presidente da Comissão Executiva da Sonangol Comerciali­zação Internacio­nal(Sonaci), Luís Maria.

Questionad­o sobre os desafios e perspectiv­as do sector para o próximo trimestre, Alexandre Barroso disse que a meta é “manter os actuais níveis de produção”, que passam, acrescento­u, “por algumas acções que já foram definidas pelo Executivo”, como a descoberta de novas reservas e também pelo desenvolvi­mento de campos já em exploração.

Privatizaç­ão da Sonangol EP

No início da semana, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, apontou a privatizaç­ão parcial do capital da Sonangol EP por dispersão bolsista, como uma das medidas subjacente­s à reorganiza­ção do sector angolano dos hidrocarbo­netos.

O ministro prestou estas declaraçõe­s numa conferênci­a promovida pela consultora Ernst Young subordinad­a ao tema “Moldar o Futuro”, de acordo com a Rádio Nacional de Angola.

Ministro dos Recursos Minerais e Petróleos reafirmou dias antes o projecto de privatizaç­ão parcial do capital da Sonangol EP, uma das medidas subjacente­s à reorganiza­ção do sector

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado dos Petróleos prevê maior liberaliza­ção do sector dos hidrocarbo­netos

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