Subida dos preços em curso não é sólida
O analista do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola José de Oliveira considerou, em declarações ao Jornal de Angola, que “a subida dos últimos dias não é sólida” e é “apenas baseada na decisão norte-americana de não permitir, aos oito países que estavam dispensados das sanções por seis meses, um prolongamento dessa isenção”.
De acordo com José de Oliveira, a revisão orçamental “continua a fazer sentido para acertar as quantidades de produção”, sobretudo agora, que já se tem “uma ideia mais realista do que o país pode produzir em 2019, para depois “baixar a média de preço expectável, para um valor mais baixo”.
José de Oliveira considera que a evolução dos preços que se prolonga ao longo da semana não é permanente: “Entramos num período de instabilidade de preços do petróleo com a decisão norte-americana de querer reduzir quase a zero as exportações Iranianas”, lembrou, prevendo que “o Irão vai tentar fugir parcialmente às sanções globais”, embora as suas exportações vão reduzir bastante.
A estimativa de grande parte dos analistas, apontou, é que a média das cotações do barril continue a flutuar entre os 60 e 70 dólares este ano, porque outros produtores vão cobrir a saída do Irão.
A OPEP, prosseguiu, parece decidida a não aumentar o seu tecto de produção enquanto não houver carência de petróleo no mercado internacional, o que é importante, especialmente quando alguns países associados querem já aumentar as suas exportações.
O analista declarou ser necessário ter em conta que os Estados Unidos estão a aumentar a produção e exportação, o que ajuda a cobrir a ausência do Irão no mercado.