RDC está asfixiada por falta de divisas
O Banco Central da República Democrática do Congo (BCC) não consegue aceder às suas contas em divisas em resultado das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos a várias personalidades políticas ligadas ao Presidente do país de 2001 a 2019, Joseph Kabila.
A Angop citou ontem o jornal “Le potentiel”, de maior tiragem em Kinshasa, a lembrar que apesar das pressões do Governo de Joseph Kabila, antes das eleições de 30 de Dezembro de 2018, os Estados Unidos não mostraram qualquer sinal de abrandamento das sanções financeiras contra alguns dignitários do antigo regime.
Pelo contrário, sublinha, Washington acabou por endurecer o tom, incluindo na nova lista de personalidades sancionadas, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Corneille Nangaa, o seu vice-presidente, Norbert Basengezi, Marcellin Basengezi, conselheiro do Gabinete do Presidente da CENI, Aubin Minaku, antigo presidente da Assembleia Nacional, e Benoit Lwamba, presidente do Tribunal Constitucional.
“No início, as autoridades bancárias, o BCC e alguns bancos comerciais minimizaram a amplitude das sanções, continuando a trabalhar com as pessoas punidas.
O alerta foi rapidamente lançado em Washington, obrigando Kinshasa à disciplina. Infelizmente, o mal já tinha sido feito”, escreve o jornal.
Referindo-se a fontes geralmente bem informadas, o quotidiano congolês adianta que durante a sua visita aos Estados Unidos, o Presidente Félix Tshisekedi abordou a questão com as autoridades norte-americanas sem pedir o levantamento das sanções financeiras impostas a alguns dignitários do Governo de Joseph Kabila.
Levantou, sim, a questão de uma asfixia generalizada que ameaça o sistema monetário da RDC, mas as mesmas fontes reportam que, por enquanto, Washington não se pronunciou claramente ao pedido do Chefe de Estado. Segundo a Administração do Presidente Donald Trump, há condições que devem ser respeitadas antes de se analisar a questão.
Outras fontes paralelas indicam que os Estados Unidos aconselharam as autoridades congolesas a recorrerem ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ver como evitar a asfixia do sistema monetário congolês.