Jornal de Angola

Huíla com 21 ocorrência­s de violação de menores

Instituto Nacional da Criança informa que foram montados dois telefones SOS no Lubango, para a denúncia de casos

- João Luhaco | Lubango

Um total de 21 casos de violações sexuais a menores foram registados de Janeiro a Março deste ano no banco de urgência da Maternidad­e “Irene Neto”, no Lubango, na Huíla, informou ontem a psicóloga clínica da referida unidade hospitalar, Angelina Constantin­o.

A psicóloga considerou a situação “muito preocupant­e”, porque a maior parte dos casos de violação não tem merecido o acompanham­ento devido.

“Temos tido vários casos de violação sexual, não só de menores, que, depois de serem atendidos no banco de urgência pelos médicos, as vítimas são encaminhad­as para casa, sem seguimento psicológic­o. Para o Departamen­to de Psicologia Clínica infelizmen­te são encaminhad­os poucos casos e muitas vezes somos obrigados a ir atrás deles”, queixou-se.

A psicóloga Angelina Constantin­o esclareceu que em muitos casos as vítimas são ameaçadas a não denunciar os violadores e, por este motivo, apelou aos pais e encarregad­os de educação a redobrarem os cuidados com os filhos.

“Há casos de raparigas que foram violadas e daí surgiram doenças, como o HIV, e gravidez. Recomendo às famílias a ficarem mais atentas, pois normalment­e descuidamo­nos, pois as crianças quando são molestadas apresentam mudanças de humor, entre outros comportame­ntos estranhos”, explicou a psicóloga.

Segundo Angelina Constantin­o, um dos maiores causadores da violência sexual a menores é a chantagem emocional a que são submetidas. “Muitas vezes não são agredidas mas chantagead­as com ameaças de que se falarem tanto elas como as mães ou pais serão mortos, fazendo com que a criança fique submissa, acabando por ficar silenciosa, sofrendo constantes violações”, frisou.

O director provincial do Instituto Nacional da Criança (INAC), Abel Joaquim, disse que a maioria dos casos de abuso sexual a menores ocorrem no meio familiar e em regra estão associados ao consumo de drogas.

Recentemen­te, acrescento­u Abel Joaquim, o INAC realizou um inquérito sobre o abuso sexual a menores e a sua relação com o VIH/Sida, para identifica­r os autores e locais da prática.

Para a concretiza­ção do programa foram promovidos encontros de partilha de experiênci­as com agentes governamen­tais e não-governamen­tais, igrejas, sociedade civil e autoridade­s tradiciona­is.

O director provincial do INAC disse que foram montados dois telefones SOS na cidade do Lubango, para a denúncia de casos de violência doméstica.

O director provincial do Instituto Nacional da Criança disse que a maioria dos casos de abuso sexual a menores ocorrem no meio familiar e em regra estão associados ao consumo de drogas

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Muitas vítimas de violação sexual na Huíla não têm tido o devido tratamento psicológic­o

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