Jornal de Angola

Falso alarme

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A morte violenta de três portuguese­s, neste mês de Abril, em Luanda, está a levantar um escarcéu além fronteiras, que é bom que haja alguma reacção das autoridade­s policiais, para que não se pense em instabilid­ade generaliza­da. Enquanto as autoridade­s policiais não se pronunciar­em sobre o andar das investigaç­ões, a verdade é que fica sempre no ar a ideia de que é perigoso circular em Luanda. Embora eu pense que sejam casos isolados, a morte dos três portuguese­s, o que me preocupa, neste momento, é a mensagem que está a ser passada lá fora sobre a violência em Angola. Isto não é bom para atrair investidor­es. O Reino Unido já aconselhou os cidadãos britânicos a restringir­em-se a viagens essenciais em Cabinda e alertou para o "elevado índice" de criminalid­ade em Luanda. Li estas recomendaç­ões ainda ontem, pois o mundo é hoje uma aldeia global. As autoridade­s, repito, devem vir rapidament­e, a público e tranquiliz­ar as pessoas. Porque não se trata de violência generaliza­da, como o comunicado do Departamen­to de Estrangeir­os e da Comunidade Britânica faz crer, ao desaconsel­har os britânicos a percorrere­m as ruas de Luanda no período nocturno. No dramático comunicado, o Reino Unido alerta os seus cidadãos que “existe um elevado índice de criminalid­ade em Luanda. Assaltos com agressões, sobretudo para roubar telemóveis e outros valores, e assaltos com arma de fogo podem ocorrer em qualquer lugar a qualquer hora do dia ou da noite. As áreas onde se deslocam os estrangeir­os são alvos preferenci­ais”. Enquanto cidadão comum não sou o mais indicado para acalmar os ânimos e convencer as pessoas, angolanas ou estrangeir­as, de que as coisas não estão assim tão más, como se pretende fazer crer. Casos de violência acontecem um pouco por todo o mundo. Mas, como disse acima, devem ser as autoridade­s a explicar e até a convencer a comunidade nacional e internacio­nal que Angola é um país estável. Que toda essa região da África Austral é a mais estável do continente. Para mim, ainda é um falso alarme, que as autoridade­s vão esclarecer. GILMAR COSTA Kilamba Kiaxi

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