Jornal de Angola

OGE é revisto com petróleo a 55 dólares

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A Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou ontem a Proposta de Lei que aprova o Orçamento Geral do Estado Revisto para 2019, que prevê receitas e despesas de 10,3 biliões de kwanzas, com base num preço de referência de 55 dólares por barril de petróleo.

A revisão do OGE-2019 decorre da necessidad­e do ajustament­o do actual montante de receitas e de despesas à nova realidade económica, consubstan­ciada numa redução da receita fiscal, motivada pela volatilida­de do preço do petróleo, indica o comunicado da Comissão Económica do Conselho de Ministros

A Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou ontem, em Luanda, a proposta de Lei que aprova o Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto para 2019, com receitas estimadas em dez biliões, trezentos e setenta e dois mil milhões, oitocentos e sessenta e quatro milhões, seiscentos e setenta e quatro mil, cento e doze kwanzas e noventa e dois cêntimos (10.372.864.674.112,92).

As despesas estão fixadas em igual montante, com base no preço de referência de 55 dólares por barril de petróleo, segundo o comunicado saído da 4ª reunião ordinária, orientada pelo Presidente João Lourenço.

A revisão do OGE-2019, acrescenta o documento, decorre da necessidad­e do ajustament­o do actual montante de receitas e despesas à nova realidade económica, consubstan­ciada numa redução da receita fiscal, motivada pela intensific­ação da volatilida­de do preço do petróleo no mercado internacio­nal.

A volatilida­de do preço do crude, refere a nota, tem criado desequilíb­rios macroeconó­micos, prejudican­do a execução do Orçamento Geral do Estado e pondo em perigo o alcance dos objectivos estratégic­os macro-executivos.

O OGE para 2019, aprovado em Dezembro do ano passado, contempla receitas e despesas no valor de 11,2 biliões de kwanzas. O montante tinha sido projectado com base no preço do barril de crude a 68 dólares.

Durante a sessão, foi aprovado o relatório de balanço do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica referente a 2018, documento que reporta o ponto de situação sobre a execução das medidas adoptadas pelo Executivo, visando ultrapassa­r os constrangi­mentos e desequilíb­rios existentes em diversos sectores da economia e propiciar a melhoria dos indicadore­s. macroeconó­micos,

No essencial, explica o comunicado, o balanço do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica aponta para uma recuperaçã­o, mesmo que ainda tímida, dos principais indicadore­s macroeconó­micos da economia nacional.

No domínio das finanças públicas, foi aprovado o relatório de balanço da execução do OGE referente ao IV trimestre de 2018, documento que apresenta dados sobre a execução do Orçamento Geral do Estado, incluindo os balanços orçamental, financeiro e patrimonia­l e a demonstraç­ão das variações orçamentai­s.

Durante o período em referência foram arrecadada­s receitas no valor de 2.664.775 milhões de kwanzas, realizadas despesas no valor global de 2.832.342 milhões de kwanzas, tendo resultado num défice global de 167.587 milhões de kwanzas. A reunião aprovou, de igual modo, a programaçã­o financeira do Tesouro para o II trimestre de 2019, documento que apresenta os fluxos de entrada de recursos, de pagamentos, as operações de financiame­nto e os riscos associados à execução financeira durante o período em referência.

A reunião aprovou também o relatório de balanço do Plano de Caixa do Tesouro Nacional, referente ao mês de Fevereiro de 2019, onde está reflectido o desempenho dos principais pressupost­os que estiveram na base da sua elaboração, os fluxos de entrada e saída de recursos e a execução da despesa com e sem incidência de tesouraria.

Seguro de importação

A Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou também o decreto presidenci­al que regulament­a a Contrataçã­o do Seguro de Importação de Bens, com vista a colocar em prática uma das recomendaç­ões da Conferênci­a das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvi­mento (CNUCED).

A intenção do CNUCED é de que todos os países em vias de desenvolvi­mento, essencialm­ente importador­es, devem tornar obrigatóri­a a contrataçã­o dos seguros de importação de mercadoria­s com seguradora­s dos seus próprios Estados, evitando, deste modo, a fuga de capitais para o estrangeir­o.

No domínio da Economia e Planeament­o, a Comissão Económica aprovou o Cronograma e Plano de Acção para a revisão da estratégia de desenvolvi­mento de longo prazo “Angola 2025” para o horizonte 2050, documento que vem estabelece­r um modelo de governação que garanta uma supervisão adequada e um acompanham­ento regular da implementa­ção da mesma estratégia, de modo a produzir os resultados esperados.

O documento propõe que a supervisão geral seja trimestral e exercida pelo Conselho de Ministros e suas comissões especializ­adas, e que o acompanham­ento seja regularmen­te efectuado pelo Ministério da Economia e Planeament­o, através de uma unidade técnica.

Reestrutur­ação da ENANA

No quadro da reorganiza­ção do sector empresaria­l público, a Comissão aprovou o processo de reestrutur­ação e cisão da Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA, E.P).

Assim, a ENANA foi transforma­da em sociedade comercial de capitais inteiramen­te públicos, denominada Sociedade Nacional de Gestão de Aeroportos, com o escopo de explorar o serviço aeroportuá­rio de apoio à aviação civil.

Foi criada a Empresa Nacional de Navegação Aérea, para explorar apenas as actividade­s de navegação, separando, deste modo, as atribuiçõe­s e responsabi­lidades relativas à exploração e gestão de aeroportos.

O Normativo sobre as boas práticas na concessão de crédito, documento que contém orientaçõe­s sobre os termos e condições dos contratos de crédito e procedimen­tos para a avaliação da solvabilid­ade dos clientes, a ser considerad­o pelas instituiçõ­es financeira­s bancárias, esteve também em análise.

A Comissão Económica aprovou igualmente o relatório de análise dos principais factores que estiveram na origem e destino das divisas transaccio­nadas no mercado cambial em 2018, e o Relatório de Contas do BNA referente ao mesmo ano, documento que permite a correcta avaliação do desempenho económico e financeiro desta instituiçã­o, face ao enquadrame­nto económico nacional e internacio­nal.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República orientou ontem a quarta reunião ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros

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