Jornal de Angola

...E nasceu a “Jesus e Francisco”

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da primeira casa de madeira no Mussulo, Francisco começa a receber várias solicitaçõ­es. Mas nem tudo foi um mar de rosas. Por exemplo, um dos clientes recusou-se a pagar a adenda do contrato, depois de a sua esposa ter feito várias alterações ao projecto inicial.

“Comecei a obra sem problemas. A esposa começou a alterar o projecto inicial. O dono da obra disse que não havia problemas. Quando chego para cobrar a adenda do contrato, pura e simplesmen­te, o senhor não aceitou e tivemos sérios problemas. A partir daquele dia, decidi não receber mais obras de ninguém”, disse.

Francisco Silva pensava em desistir, mas a mãe aconselhou-o a não fazer isso, pois devia sempre acreditar que, com Deus, tudo é possível.

“A minha mãe disse que era de Deus e andava com Deus. Trabalha com Jesus. Quando disse isso, surge a ideia de criar a Jefran, acrónimo de Jesus e Francisco. Então, eu trabalho com Jesus”, justifica.

Depois disso, compra um terreno de 20/30 na zona verde do Benfica, divide ao meio e faz duas casas. Também foi difícil vender as casas, outra vez por causa do preconceit­o. “As pessoas chegavam e perguntava­m quem é você? quem é o dono destas casas?’ quem fez estas casas? Respondia 'sou eu'. Mas diziam não ser possível”, explica.

Conta que, num belo dia, chegou um senhor e adquiriu uma das casas. Desse dinheiro, comprou mais terrenos junto ao cemitério do Benfica e começou a construir casas para vender. Surge Apoio da mãe dá ânimo para trabalhar então a ideia de construir vilas baptizadas com nome de cidades bíblicas, como Judá, Jericó, Nínive, Siloé, Hebron, Israel, Nazaré, Belém, Canaã, Betel, Emaus, Jerusalém, Sinai, Jordão, Damasco, Roma, Jubileu, Patriota, entre outras. Além de Luanda, a Jefran está representa­da nas províncias de Cabinda, Huíla e Benguela.

Entre os clientes, estavam alguns funcionári­os do Banco Sol, que o aconselhar­am a dirigir-se a essa instituiçã­o financeira para solicitar um crédito bancário. “Foi o único banco do qual consegui um empréstimo para começar a trabalhar”, reconhece. Diz ter sentido na pele o que é ser empresário em Angola. Já tentou desistir várias vezes, mas a persistênc­ia e o grande apoio da mãe fazem com que continue no mercado.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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Depois da construção

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