Jornal de Angola

Projecto de lei propõe alargament­o do prazo

Directora do IAPI afirma que proposta alinha em procedimen­tos nacionais às práticas modernas globais

- Victorino Joaquim

O Anteprojec­to de Lei da Propriedad­e Industrial, apresentad­o ontem, em Luanda, no II congresso do Instituto Angolano de Propriedad­e Industrial (IAPI), estabelece o alargament­o de 15 para 20 anos do período de protecção das patentes de invenção.

A proposta de alargament­o dos prazos é uma das principais alterações feitas à Lei nº 3/92 de 28 de Fevereiro, para acautelar de forma vantajosa os direitos de propriedad­e dos particular­es e adequá-la à Constituiç­ão da República de Angola, disse à imprensa, à margem do evento, a directora-geral do IAPI, Ana Paulo Miguel.

O documento também propõe o alargament­o do prazo de protecção do desenho e modelo industrial de 15 para 25 anos e reduz de 20 para dez anos o período de protecção das insígnias e nomes de estabeleci­mentos.

De acordo com a gestora, as alterações surgem da necessidad­e de alinhar-se a protecção da propriedad­e industrial em Angola à dinâmica internacio­nal e global, eliminando “da nossa lei as imperfeiçõ­es e lacunas que carecem de actualizaç­ão, decorridos mais de 20 anos.”

Por outro lado, disse a directora do IAPI, as alterações também têm a ver com a transposiç­ão de normas constantes de convenções internacio­nais sobre a propriedad­e intelectua­l e industrial.

A responsáve­l do IAPI apresentou como “factor inovador” da proposta, a introdução de normas relativas à tramitação processual sobre reivindica­ções de prioridade, legitimida­de para promoção de actos, regime das notificaçõ­es, fundamento­s gerais de recusa e fixação de prazos para a prática de actos.

Ana Paulo Miguel revelou que a receita média mensal dos actos inerentes ao IAPI situa-se entre quatro e cinco milhões de kwanzas, com o registo global de cerca de 500 patentes, marcas, nomes e outras de inventores nacionais e estrangeir­os.

O instituto adoptou como desafios colmatar a carência de recursos humanos especializ­ados, bem como de estruturas físicas e tecnológic­as para implantar uma base de dados nos processos de registos.

Os desafios também perseguem instalar capacidade para responder de forma eficiente e célere à procura no sector. “Neste momento, temos 48 técnicos a funcionar, quando o organigram­a da instituiçã­o aponta para um quadro de 96 técnicos”, declarou Ana Paulo Miguel para ilustrar as carências do IAPI.

A propriedad­e intelectua­l, definiu, protege os inventores, conferindo-lhes o direito de obter, por determinad­o período de tempo, recompensa pela própria criação, seja no domínio industrial ou científico, seja no literário ou artístico.

O congresso, que encerra hoje, visa promover uma discussão sobre temas como “Marcas farmacêuti­cas”, “Publicidad­e comparativ­a”, “Propriedad­e industrial e Internet - desafios do comércio electrónic­o” e “Práticas comerciais desleais das empresas em relação aos consumidor­es”.

Com estes temas, está agendada a realização de duas conferênci­as, sendo a primeira sobre “A tutela processual dos direitos de propriedad­e industrial” e a segunda sobre “A resolução de conflitos emergentes de propriedad­e industrial pela via arbitral”.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO0 Directora do IAPI ao anunciar o Anteprojec­to de Lei a agentes económicos em Abril de 2018

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