Saurimo tem pior registo na luta pela permanência
ASA aparece como sério candidato a preencher os lugares reservados às equipas despromovidas para a divisão inferior
As dificuldades financeiras acabam por ser o traço comum entre as equipas que lutam pela permanência, na presente edição do Girabola, que tem o Saurimo FC, praticamente despromovido, como o concorrente com o pior registo competitivo.
Na disputa com o ASA, Cuando Cubango FC, Sporting de Cabinda, Académica do Lobito e Santa Rita de Cássia, a formação da LundaSul tem o cenário mais complicado. Na última posição, 18 pontos, precisa de somar 15, nos cinco jogos que tem por disputar, totalizando 33, proeza de todo improvável que venha a ser alcançada.
No melhor dos cenários, os homens de Saurimo, que com a bola nos pés não ficam a dever nada a ninguém, são obrigados a pontuar o suficiente para superar, pelo menos, três concorrentes, e esperar por um fracasso colectivo, outro quadro de difícil materialização.
Marcado à partida como competidor com percurso atribulado, a julgar pelas condições criadas para a disputa do campeonato, o Saurimo tem praticamente ditada a sentença de descida de divisão. Apenas uma revolução profunda na cauda da tabela classificativa pode mudar o quadro a seu favor.
Em situação de profundo aperto está igualmente o ASA, clube histórico do futebol angolano, fundador do Girabola, que pelas dificuldades financeiras tem dado mostras de pretender regressar à Segundona. Com 22 pontos, na penúltima posição, os aviadores podem atingir os 31, caso consigam o pleno de vitórias, nas últimas três jornadas.
Só que não bastará à equipa do Aeroporto vencer os seus jogos. Terá de contar com a safra dos adversários, que tudo fazem de modo a evitar que sejam os contemplados com um dos dois lugares restantes para o regresso ao Provincial e Zonal de Apuramento.
Deslocado da cidade de Menongue, por falta de condições no seu campo, o Cuando Cubango FC, inquilino do Estádio dos Eucaliptos no Cuito, capital do Bié, volta a experimentar a pressão da luta pela fuga da despromoção. No 14º lugar, 23 pontos, a equipa pode chegar aos 32, caso vença os restantes três desafios, com a particularidade de ter de defrontar o 1º de Agosto, opositor que corre embalado rumo à conquista do inédito tetra, obstáculo que reduz em grande medida as hipóteses de manutenção.
Um degrau acima aparece o Sporting de Cabinda, 25 pontos, com perspectivas de alcançar 34, num cenário de 100 por cento de aproveitamento, nas últimas três jornadas. Porém, tudo indica que são apenas conjecturas, porque o desempenho dos “leões” está longe de sustentar tão ambicioso e exigente desafio.
Com 27 pontos somados, a Académica do Lobito tem margem para engordar a safra até aos 36, em três partidas. No entanto, não demonstra sustentação futebolística capaz de tranquilizar os seus adeptos, que preferem fazer contas também com os ganhos e perdas das restantes equipas envolvidas no "baile" dos aflitos.
Regressado ao convívio dos grandes, o Santa Rita de Cássia, 11º, 29, conta pontos e tostões para continuar no Girabola, segundo Nzolani Pedro, presidente dos católicos uigenses, que considera a presença na prova um motivo de satisfação para a população da província, sensação de bem-estar que contrasta com a falta de apoios. Em três jornadas, podem atingir os 38 pontos.
Mais descansados estão Recreativo da Caála, 31, e FC Bravos do Maquis, 32. Nos melhores dos desempenhos, os caalenses atingem os 43, em quatro partidas por disputar, e os maquisardes, que visitam domingo os militares do Rio Seco, 47, em cinco jogos.
O cruzamento entre equipas envolvidas na luta pela permanência é um factor que pode desequilibrar as contas a favor ou em prejuízo dos intervenientes. Na 28ª ronda jogam ASA - Saurimo FC, na 29ª Sporting de Cabinda- ASA e Saurimo FC-Santa Rita de Cássia e na 30ª ASA-Recreativo da Caála, Santa Rita de Cássia-Sporting de Cabinda e Académica do Lobito-Saurimo FC.