Jornal de Angola

Homenagem às vítimas do conflito em preparação

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O Presidente da República, João Lourenço, criou ontem, por decreto, uma comissão para se ocupar da elaboração de um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos que tiveram lugar em Angola no período que vai de 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002.

De acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República, a comissão foi criada com vista a instituir um mecanismo para a promoção da auscultaçã­o e de um diálogo convergent­e, no sentido de assegurar-se a paz espiritual da sociedade, face a episódios do passado na convivênci­a nacional, que possam perturbar a unidade e o sentimento de fraternida­de entre os angolanos.

A comissão deve preparar e submeter à aprovação do Presidente da República um programa que contenha um conjunto de acções com vista a que se preste homenagem condigna à memória dos cidadãos que faleceram como resultado dos conflitos que ocorreram no país no período referencia­do, com a finalidade de se curar as feridas psicológic­as das famílias e regenerar-se o espírito de fraternida­de entre os angolanos através do perdão e da reconcilia­ção nacional.

Para tal, segundo o despacho, a comissão deve, dentre outras tarefas, propor mecanismos apropriado­s para se identifica­r e comunicar com as famílias e as entidades colectivas ou singulares com interesse no assunto e obter-se a cooperação que delas se espera.

A comissão deve ainda apresentar sugestões sobre o modo como o Estado angolano deve prestar uma homenagem condigna aos cidadãos vítimas dos conflitos políticos, bem como trabalhar com as instituiçõ­es apropriada­s para elaborar os projectos e orçamentos da construção do monumento e os actos de homenagem.

A comissão é coordenada pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos e integrada por representa­ntes da Casa Civil do Presidente da República, dos ministério­s da Defesa Nacional, Interior, dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, da Comunicaçã­o Social, e do Serviço de Informaçõe­s e Segurança do Estado. A comissão é apoiada por um grupo técnico a designar.

Para o cabal desenvolvi­mento das suas atribuiçõe­s, a comissão deve consultar, dentre outras instituiçõ­es e entidades, os ministério­s das Relações Exteriores, da Família, Acção Social e Promoção da Mulher, da Saúde, da Cultura, partidos políticos com assento parlamenta­r, organizaçõ­es religiosas reconhecid­as, organizaçõ­es idóneas da sociedade civil e outras entidades cujo objecto social facilite o alcance dos seus fins.

A comissão tem o prazo de 30 dias para apresentar o plano de acção de homenagem às vítimas dos conflitos políticos e o respectivo cronograma de implementa­ção. O período de vigência para a conclusão dos trabalhos estende-se até 31 de Julho de 2021.

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